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26/06/2021 às 00h00min - Atualizada em 26/06/2021 às 00h00min

NOSTALGIA QUE FICOU PRA TRÁS...

BANDEIRA NETO

BANDEIRA NETO

Nelson BANDEIRA NETO é cronista e funcionário do SESI-Serviço Social da Indústria, ex-vereador por Imperatriz (MA)

Vou me ater em três fatos acontecidos nos idos de minha juventude.
Isso mesmo...

O ator principal deste cenário foi o inesquecível e bem lembrado Frei Epifânio da Badia.

O palco de exibição foram as cidades de Tocantinópolis (TO) hoje, e Carolina (MA).

Tendo como protagonista e figurante o padre, que sempre nos acompanhou como jogador técnico e como espécie de condutor/familiar de todos os desportistas.

Tinha um porém: todos os obedeciam e respeitavam. Até ir ao bar da esquina tinha que ter seu aval de “sim ou não”.

Vamos ao primeiro embate:

O time de Tocantinópolis sempre mesclava sua equipe com jogadores de Porto Franco e Marabá (PA), como neste dia, foram buscar um goleiro de lá para essa partida.

Nesta posição o nosso time tinha de sobra: o Itapoan como titular e o Plácido como reserva. Não tinha para ninguém.

Na verdade, era um torneio de sete dias, encerrando num domingo de pleno inverno e o campo de uma piçarra bruta. Para completar deu uma chuva ficando um lençol avermelhado. Mesmo assim, encaramos o adversário e vencemos pelo placar de 1 a 0.

Já faltando uns dez minutos para finalizar a partida, o padre era o técnico, tirou um jogador e colocou o Etevaldo Moreno, por sinal muito veloz.

Uma das traves era bem próxima a um muro que dava para uma rua.

Certo que fizeram um lançamento para o Etevaldo, conhecido como Trator, que disparou numa velocidade tamanha e vindo chocar-se com o muro, derrubando parte dele, por azar, em cima de uma carroça puxada por um jumento, carregada de tijolo, que ia passando no momento. Resultado: a carroça se desmanchou e o jumento quebrou a perna.

O padre foi obrigado, junto com o pessoal da cidade, pagar o prejuízo causado com o material danificado e o animal acidentado.

Com o jogador não aconteceu nada... bateu a poeira e continuou correndo como se nada tinha acontecido (Rssss).

Segundo episódio:

Carolina (MA): fomos disputar um torneio de futebol naquela cidade, muito acolhedora com seus visitantes, ao ponto de um médico da cidade se prontificar junto com o religioso a mostrar os pontos turísticos daquele lugar.

E assim o fez: chegando com seu Chevrolet Veraneio, colocou uma turma para ir conhecer a hidrelétrica de Itapecuruzinho...

No percurso, foi mostrando os colégios existentes na cidade. Em certo momento, já na estrada de piçarra, avistou um jumento na “contramão”...

De certa feita, o jerico passa para a mão correta, aí o médico vai e fala: que jumento educado!.... Nisso, como sempre, o Etevaldo replica:

- Mas doutor, com tanto colégio que Carolina têm, o senhor quer o quê? O padre ficou “furioso” com o repente do seu subordinado... foi uma gargalhada só!
Último ato da excursão:

Palco: estádio “Alto da Colina”, Carolina (MA). Jogo entre Imperatriz e 24 BC de São Luís (MA), em plena época eleitoral.

Maior parte dos jogadores do time da capital era do Moto Clube, que estavam servindo o Exército Brasileiro.

A atração maior era que o padre Frei Epifânio ia jogar de calção pela primeira vez, autorizado pelo Vaticano. O estádio não cabia mais ninguém.

No vestiário, ele, já de calção preto, comprido, abaixo do joelho, quando o Etevaldo pergunta:

- Padre, o senhor não usa o guarda ovo?

- Não senhor, basta mesmo só a batina, respondeu…

Vixe! Que libertinagem!... Antes ele já tinha aprontado mais uma no restaurante...

Faltou guardanapo na mesa do almoço. Tirou do bolso uma nota de Cr$ 5,00, nova estalando, limpou a boca, enrolou e jogou no chão. Quando alguém viu o dinheiro, foi apanhar e ele pisou em cima.

Perdemos o jogo de 5x1, mas o Marcosa fez o gol mais bonito já visto numa partida. Pegou a bola na entrada da área, deu um banho de cuia no zagueiro, que ficou procurando as pernas, e, de calcanhar, no goleiro, entrando com bola e tudo. Fez parte do Show!...  nesse momento rememorável.

Enfim, todos nós estamos sujeitos a sentir essa mistura de recordação e saudade, quando abandonamos uma fase muito entretida.

Bons tempos! Como o passado era bom!

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