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25/06/2024 às 19h41min - Atualizada em 25/06/2024 às 19h41min

Coluna do Lima Rodrigues

ANÁLISE DO ESPECIALISTA GRÃO DIRETO - 25/06/2024

SOJA

COMO O MERCADO SE COMPORTOU?


Safra norte-americana. O plantio de soja seguiu evoluindo de forma satisfatória, atingindo níveis acima de 90% da área projetada, de acordo com o USDA. O ritmo está acima da média dos últimos 5 anos, que é de 91%.

Exportações aquecidas. A Anec aumentou a estimativa de cerca de 1 milhão de toneladas em relação à projeção divulgada na semana passada, totalizando agora 14,88 milhões de toneladas.

Dólar em alta. Na semana de decisão das taxas de juros brasileiras, a manutenção da taxa em 10,50% trouxe alívio ao mercado. No entanto, a incerteza fiscal sobre o Brasil ainda é uma preocupação significativa.

Em Chicago, o contrato de soja para julho de 2024 encerrou a U$11,60 o bushel (-1,53%). No mercado físico brasileiro tivemos movimentos negativos seguindo Chicago, mesmo com o dólar subindo 1,53%, para R$5,44. O contrato com vencimento em março de 2025 também fechou pessimista e recuou 2,07% a U$11,38 o bushel.

O QUE ESPERAR DO MERCADO?

Clima:  Apesar das condições favoráveis até o momento, as atenções do mercado continuam direcionadas para o clima norte-americano. As previsões apontam uma possível dispersão das chuvas a partir desta semana, atingindo regiões de Illinois, Missouri, Kansas, Nebraska e as Dakotas do Sul e do Norte. Esse cenário não deve trazer impactos significativos na semana, mas caso continue, deve resultar em volatilidade.

 Safra norte-americana. O Monitor de Seca indicou um aumento na área afetada pela seca, passando de 2% na semana passada para 3% agora. No entanto, no mesmo período do ano passado, essa área era de 57%. Isso demonstra uma condição significativamente mais favorável para a safra atual, que está na fase final de plantio. Esse cenário tem trazido conforto ao mercado e deve continuar impactando negativamente as cotações em Chicago.

Evolução do plantio. De acordo com a última atualização das condições de safra feita pelo USDA na segunda-feira (17), o plantio avançou cerca de 6%, alcançando 93% da área total projetada. Embora o ritmo de plantio esteja inferior ao do mesmo período do ano passado, ele supera a média dos últimos cinco anos, que é de 91%. Nesta semana, espera-se que o plantio esteja próximo da conclusão, direcionando as atenções para o desenvolvimento da cultura. Esse progresso tem gerado um sentimento positivo no mercado em relação à oferta e também pressionado as cotações em Chicago.

Exportações norte-americanas. O ritmo de vendas da safra 2023/24 está em crescimento pela terceira semana consecutiva, o que tem gerado certo otimismo no mercado em relação à demanda. No entanto, ainda há grandes incertezas quanto à demanda chinesa. Até o momento, o país asiático não fez nenhuma compra significativa referente à safra norte-americana 2024/25. Essa situação tem levantado preocupações no mercado, com especulações de que possa ser uma resposta da China às medidas protecionistas adotadas semanas atrás em relação às empresas chinesas nos EUA.

Diante das boas perspectivas de oferta, especialmente nos Estados Unidos, é possível que esta semana vejamos novos movimentos de queda nos preços em Chicago, o que pode impactar as cotações no Brasil.

MILHO

COMO O MERCADO SE COMPORTOU NA ÚLTIMA SEMANA?


Colheita da safrinha 2024. A colheita da segunda safra de milho continuou avançando, passando de 7,5% na semana passada para 13,1% da área total cultivada no país. Esse índice é superior aos 5,3% registrados no mesmo período de 2023.

Safra norte-americana. O plantio do milho foi concluído, de acordo com o USDA. O processo foi concluído de forma satisfatória, sem imprevistos significativos, gerando altas expectativas de produção.

Exportações norte-americanas. As vendas novas para exportação totalizaram 511,4 mil toneladas para a temporada atual, uma queda de 51,58% em comparação com a semana anterior. Para a temporada 2024/25, as vendas foram de 93,6 mil toneladas.

As cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a U$4,35 o bushel (-2,90), para o contrato com vencimento em julho/24. Na B3, o milho fechou a semana levemente positivo 1,74%, valendo R$57,60. No mercado físico, o movimento foi misto, com algumas regiões positivas e outras negativas.

O QUE ESPERAR DO MERCADO?

Safra norte-americana. Da mesma forma que na soja, o Monitor de Seca registrou um aumento na área afetada pela seca para 3%, comparado a 2% na semana anterior. No mesmo período do ano passado, essa área correspondia a 64%. Quanto às condições das lavouras, aproximadamente 55% delas estão classificadas como boas ou excelentes. Isso indica uma condição muito favorável para a safra atual, que apresenta um dos melhores índices de qualidade dos últimos anos.

Exportações norte-americanas. De acordo com o último relatório de vendas novas, divulgado pelo USDA na última sexta (21), os EUA avançaram nos números, atingindo 77,11% do total projetado, que é de 54.610 milhões de toneladas. As vendas acumuladas (exportado + aguardando embarque) atingiram 96,8% da previsão do USDA para o ano de comercialização de 2023/2024, contra uma média de 5 anos de 94,0%. As vendas acumuladas atingiram 96,8% da previsão do USDA para o ano de comercialização de 2023/2024, contra uma média de 5 anos de 94,0%Para atender às necessidades do USDA, serão necessárias vender cerca de 157,2 milhões de toneladas por semana.Colheita da segunda safra brasileira. De acordo com o último relatório da Conab, a colheita do milho alcançou 13,1%. Os estados que já iniciaram as atividades são Mato Grosso (18,1%), Paraná (13%), Mato Grosso do Sul e Tocantins (10%), São Paulo (5%), Goiás (4%) e Minas Gerais (3%).  As condições climáticas continuarão favoráveis para a colheita, que deve continuar avançando significativamente nos próximos dias, podendo ultrapassar 20% da área projetada.

Exportações brasileiras. Segundo a Secex, a média diária de exportações até o momento está 22,6% abaixo do mesmo período do ano passado. O mercado exportador continua focado nas exportações de soja. No próximo mês, espera-se que esse cenário comece a mudar, com uma maior preferência pelo milho.

A pressão negativa em Chicago deve persistir nesta semana e, juntamente com o avanço da colheita da segunda safra brasileira, continuará dificultando a recuperação das cotações no mercado físico.

 Análise enviada para a coluna por Ana Paula Cherin, de São Paulo.

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