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20/06/2023 às 21h48min - Atualizada em 20/06/2023 às 21h48min

A história dos Judeus na região amazônica

Os encontros e debates previstos passeiam pelas histórias da imigração, pelas conexões entre a cultura judaica e a amazônica e lançam um olhar atento para as discussões em torno da Amazônia hoje

Texto: MUJ
Foto: Divulgação / MUJ
 
Dona Helena Benzecrin gentilmente nos apresentou e deliciosamente nos fez provar. Em resumo: a panela é caramelizada, ossos de bois são colocados para fazerem o caldo do mocotó, juntamente com peito de boi, língua, ovos, cebola, uma cabeça de alho, verduras variadas e condimentos. [...] Almoçamos uma deliciosa Dafina: saborosa, gordurosa na medida certa, mas também pesada para o calor de Belém do Pará. Infelizmente, já saciado e com aquela canseira típica de almoços volumosos em lugares quentes, me vi obrigado a recusar o açaí que Dona Helena me oferecia: “aqui é assim, no sábado à tarde, come Dafina, toma açaí de sobremesa, e dorme até o final do Shabat”.

É dos diários de viagem do jornalista e antropólogo Fábio Zuker que provém o relato acima. A convite do MUJ, o pesquisador coordenou um extenso levantamento sobre a presença da comunidade judaica na Amazônia. Acompanhado por dois fotógrafos, Zuker passou por seis cidades da região e foi testemunha da mistura de texturas, aromas e sabores que permeiam essa migração.

Para chegar em algumas localidades, a equipe seguiu o traçado dos rios, da mesma forma como fizeram os primeiros judeus que chegaram à Amazônia, a partir de 1810. Nessa jornada, puderam entrevistar pessoas, visitar arquivos, sinagogas, cemitérios e recuperar um pouco os fios de uma história que remonta a dois séculos.

Essa viagem, no entanto, está apenas começando. Ao longo de 2023 e 2024, o MUJ abraça o projeto Judeus na Amazônia em múltiplas linguagens e ações especialmente dedicadas. A primeira delas é o lançamento de um site, no ar a partir de hoje, que abre alas para as próximas ações previstas.

Uma próxima parada: entre os dias 24 e 27 de agosto de 2023, o MUJ realizará quatro dias de “Jornadas Judaico-Amazônicas” na sede do museu em São Paulo – um seminário pluridisciplinar com ativações subsequentes em Manaus, Belém do Pará e São Luís do Maranhão e programação a ser em breve anunciada. Já se pode contar, no entanto, que os encontros e debates previstos passeiam pelas histórias da imigração, pelas conexões entre a cultura judaica e a amazônica e lançam um olhar atento para as discussões em torno da Amazônia hoje. Viajamos juntos nesse barco?

O projeto Judeus na Amazônia é apresentado pelo Instituto Cultural Vale e conta com patrocínio master do Banco Santander.

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