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28/07/2021 às 21h08min - Atualizada em 28/07/2021 às 21h08min

Sobre o poder da representatividade

Kayla Pacheco
Foto: Divulgação

Tenho de forma insistente usado as redes sociais e alguns veículos de comunicação para expressar minha indignação enquanto cidadã tocantinense pela histórica ausência do olhar governamental ao extremo norte do estado.

Em meio às cobranças e críticas que tenho tecido, de forma justa, dessa vez senti a necessidade de escrever sobre alguns fatos que também têm chamado minha atenção enquanto servidora pública e filha dessa terra tão sofrida.

Hoje quero falar sobre o poder da representatividade. Palavra muito utilizada nas discussões de cunho social, é o substantivo que indica “qualidade de alguém, de um partido, de um grupo ou de um sindicato, cujo embasamento na população faz que ele possa exprimir-se verdadeiramente em seu nome”.

Pois bem, nas minhas andanças costumeiras pelo Bico, percebi que não por acaso, começamos a ter representatividade no cenário político estadual. O que vocês podem questionar já que a região sempre teve figuras públicas ocupando alguma cadeira do executivo ou legislativo la na capital.

Sobre figuras públicas eleitas nessa parte norte do estado, sempre tivemos. Quando criança, lá nos anos 90, tínhamos um deputado estadual residente em Itaguatins. Dos anos 2000 em diante, chegamos a ter dois deputados estaduais na região da Augustinópolis. Mas embora fossem lideranças locais, nada mudou em mais de três décadas. A não ser as visitas em períodos festivos.

Na última semana, acompanhei aqui por essas redes, pela segunda vez em menos de 60 dias, a vinda da comitiva do Governo Estadual ao nosso Bico para trazer benefícios e inaugurar obras. Embora tenham motivado aglomerações quando ainda não é seguro, o que foi duramente por mim criticado no artigo anterior, dessa segunda vez a representatividade que o Bico tem ganhado no cenário estadual também merece ser enfatizada.

Digo com a consciência tranquila de quem não tem interesses partidários no Tocantins, que agora temos vez e voz. E essa conquista não é fruto de mero acaso, é resultado do trabalho de um representante nato, filho de Sítio Novo, que tem usado o mandato para colocar o nosso Bico nos holofotes do cenário estadual.

Parece exagero, não é? Mas é apenas o sincero reconhecimento dos serviços prestados nos últimos anos ao nosso povo. 

Aos que não sabem, sou filha da zona rural, do povoado Boa Esperança. Estudei todo o ensino fundamental em Sítio Novo do Tocantins e por muitas vezes tivemos que chegar ou voltar da escola a pé porque as condições das estradas eram intrafegáveis. Foi toda a infância e adolescência vivendo na poeira no verão e na lama no inverno. E hoje, podemos trafegar com tranquilidade por uma via pavimentada.

Sei que a urbanização está entre os deveres do executivo. Mas quando a espera de 50 anos pelo tão sonhado chão preto chega, nosso sentimento é de gratidão. Essa estrada que eu cito ainda não foi inaugurada. Mas antes dela, em um único dia, a comunidade de Sítio Novo recebeu das mãos do governador e do deputado estadual filho da terra, uma escola municipal, uma praça, uma quadra de esportes, ruas bloqueteadas, e o melhor, a antiga unidade de saúde se transformou em um hospital de verdade, com direito a salas e exames e procedimentos cirúrgicos.

Poderia dizer que são apenas mais algumas obras, mas para um município com menos de 12 mil habitantes, em que a maioria da população vive da agricultura familiar e de programas de transferência de renda, significa muito. São crianças estudando em ambiente acolhedor e confortável, o que facilita a aprendizagem. São famílias que não mais precisarão molhar a rua para suportar a poeira, que agora têm mais um espaço para praticar atividades físicas e encontrar os amigos, e o principal, que não vão mais precisar percorrer 20 a 30 quilômetros em busca de atendimento básico pois agora podem ser atendidos perto de casa. 

É sobre isso, sobre ter representatividade e avançar em dignidade.

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