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15/12/2023 às 17h57min - Atualizada em 15/12/2023 às 18h15min

JOÃO LISBOA, 62 ANOS DE CRIAÇÃO, 98 DE HISTÓRIA

Edmilson Sanches
O jornalista e escritor maranhense João Lisboa, que dá nome ao município - Fotos: Divulgação
 
Neste 15 de dezembro de 2023 o município de João Lisboa (MA) completa 62 anos de existência oficial. No dia 15 de dezembro de 1961 o governador maranhense Newton Belo sancionava a Lei 2.167, que criou o município.

Mas o município tem início em 1925, quando o Sr. Joaquim Alves da Silva ali chegou, desbravou matas e fixou residência. Assim, daqui a dois anos, em 2025, João Lisboa completará o primeiro centenário do início de sua história.

Primeiramente, o Sr. Joaquim morou próximo a um riacho. Depois, foi para uma região central e construiu sua casa debaixo de uma gameleira, árvore do gênero “ficus” (como a figueira), cuja madeira é utilizada para fazer utensílios domésticos, a exemplo da gamela, uma vasilha que serve para nela serem colocados ou guardados líquidos ou sólidos. 

Do nome da árvore gameleira veio a primeira denominação do lugar  — Gameleira, que, em 1961, teve como distrito um povoado também com nome de planta, uma palmeira: Buritirana, desmembrado de João Lisboa, após se tornar município por Lei de 1994. Na época do Sr. Joaquim, as terras de João Lisboa faziam parte do município de Imperatriz, até o desmembramento no dia de hoje, em 1961.

O nome João Lisboa é uma homenagem a um intelectual maranhense de grande valor e referência para o estado e para o País: João Francisco Lisboa, que nasceu em Pirapemas, em 22 de março de 1812, e aos 51 anos, faleceu em Lisboa (Portugal), em 26 de abril de 1863. Além de escritor, historiador e jornalista, João Lisboa foi político (eleito e reeleito para a Assembleia Provincial) e advogado provisionado (sem diploma). Seus merecimentos levaram a Academia Brasileira de Letras (ABL) a conferir a João Lisboa o patronato da cadeira 18 daquela Instituição nacional. A Cadeira 18, fundada pelo escritor, educador e jornalista paraense José Veríssimo, atualmente é ocupada pelo professor, pedagogo, escritor, filósofo e historiador carioca Arnaldo Niskier, que foi presidente da ABL (1998/1999).

O grande intelectual João Lisboa foi chamado de “o Tímon maranhense”, uma referência ao filósofo grego Tímon, dos séculos 3 e 4 antes de Cristo, que ficou célebre por seus poemas satíricos.

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O município de João Lisboa tem 23.677 habitantes (2021) e área de 1.137 km2. Foi o segundo a ser desmembrado de Imperatriz. O município imperatrizense já teve 15.375 km2 de área e hoje tem apenas 1.369 km2, menos de 10% da área total que um dia foi sua.

Considerada a população de 24.709 habitantes, de 2022 (o último Censo Demográfico do IBGE), João Lisboa estava na classificação número 65 (antes era 85), entre os 217 municípios do Maranhão, e nº 1371 (antes, 1610), entre os 5.570 municípios do Brasil.

Em 2021, mais recente dado, a economia joão-lisboense (PIB) totalizava R$ 270 milhões 664 mil (antes eram R$ 233 milhões 873 mil). PIB é a sigla de Produto Interno Bruto, que é a soma de toda a produção de bens e serviços no município, dados levantados pelo IBGE (até o fim de 2023 deve ser informado o PIB de 2022; há um intervalo de quase três anos entre o ano-base e o ano de divulgação dos novos números).

Pelos números de sua economia, João Lisboa sobrevive majoritariamente, em primeiro lugar, da Administração Pública (federal, estadual, municipal), que participa, nos R$ 270,6 milhões, com R$ 109,5 milhões. 

Em segundo lugar, vem o setor terciário, os Serviços (que incluem o segmento comércio), que entra com R$ 77,2 milhões.

Em terceiro lugar, o setor primário, a Agropecuária), que contribui com R$ 44,4 milhões.

Por sua vez, o setor secundário, a Indústria, ocupa a quarta e última posição, participando com apenas R$ 24,7 milhões. (Os impostos completam o total do PIB, com R$ 14,7 milhões).

Com forte influência de Imperatriz, seu município-pai ou terra-mãe, João Lisboa terá de, um dia, fazer uma conferência de busca de seu futuro (“Future Search Conference”), para determinar que tipo de desenvolvimento almeja e em que velocidade o deseja. Deve ser feito um pacto de cooperação entre a Sociedade, a iniciativa privada e os Poderes Públicos. 

Sexagenário, o município tem idade suficiente para aprender com seus erros, ausência de planejamento estratégico, pouca ou nenhuma participação comunitária no debate sobre construção do orçamento público e aplicação dos recursos.

Na palavra “desenvolvimento” há a palavra “envolvimento”. Ou seja: o desenvolvimento da cidade se faz com o envolvimento dos cidadãos.

De todo modo, ao município e à sua comunidade, parabéns.

 
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EDMILSON SANCHES 
CURSOS - PALESTRAS - CONSULTORIA
Administração - Comunicação - Desenvolvimento - História – Literatura
— Da Academia João-lisboense de Letras. Da Academia Imperatrizense de Letras. Do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Da Academia Maranhense de Ciências. Do Conselho Regional de Administração. Do Conselho Regional de Contabilidade. No Serviço Público, foi secretário de Desenvolvimento Integrado, subsecretário de Governo e Projetos Estratégico, secretário de Comunicação e Cultura.
ENTRE EM CONTATO: [email protected]

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