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17/07/2023 às 10h47min - Atualizada em 17/07/2023 às 10h47min

Livros & Leitura

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Da Redação
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Uma Ponte para Istambul

Em 1929, um fragmento do mapa-múndi foi encontrado em uma prateleira empoeirada do Palácio Topkapi, em Istambul. Confeccionado em 1513, sobre couro de gazela, o objeto suscitou muitas questões. Por exemplo, a Ilha de Marajó que aparece em destaque só seria descrita oficialmente pelos portugueses em 1530. Como, então, um almirante turco poderia saber tantos detalhes da costa brasileira quase duas décadas antes? O Mapa de Piri Reis é um dos enigmas do mundo real transplantados para a ficção “Uma Ponte para Istambul”. O romance da escritora Maria Filomena Bouissou Lepecki tem o enredo entrelaçado a este e outros quatro objetos arqueológicos: o helicóptero de Abydos, do Egito; o aeroplano de Saqara, que se encontra no Museu do Cairo; as baterias de Bagdá; e a moeda fenícia com um possível mapa-múndi microscópico disfarçado de grama sob as patas do cavalo. Estes artefatos ajudam a contar a trajetória de Catarina, ou Arzu, uma jovem professora de História do Brasil que viaja para Istambul à procura das próprias origens. Ao confrontar sua metade turca em um palácio Otomano do Século XIX, ela experimenta uma aventura insólita que a transporta no tempo. Concomitante à experiência de conhecer a vida no harém dos sultões, a protagonista intercala relatos que transportam o leitor para o Brasil, mais especificamente a Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Objetos e cheiros ativam as memórias de Arzu sobre a zona sul da cidade, onde a professora lecionava para adolescentes em um colégio particular, a duas quadras do mar. Com 208 páginas, o livro é da Editora SGDZ.
 

Política é Para Todos

O que é uma democracia e para que serve uma constituição? Quais são as atribuições de cada uma das três esferas de poder e como garantir que elas se mantenham em harmonia? Como funcionam as eleições e qual a importância das “fake news” nesse cenário? Em “Política é Para Todos”, a advogada e apresentadora Gabriela Prioli responde a essas e outras questões imprescindíveis para a compreensão do funcionamento da política – sobretudo a brasileira –, mas que muitas pessoas têm receio ou vergonha de perguntar. Com a linguagem descomplicada que fez dela uma das personalidades mais populares do país, a autora mostra como cada um de nós pode se engajar para construir a sociedade que queremos, debatendo os assuntos relevantes com opiniões próprias e argumentos racionais. Com 272 páginas, o livro é da Editora Companhia das Letras.
 

A Casa das 100 Janelas

Localizada nas serras de Mata Atlântica da região de Juiz de Fora, Minas Gerais, a Fazenda Santa Clara abriga história e um dos locais mais emblemáticos do período escravocrata. A propriedade foi o local em que homens negros moldaram nas próprias coxas as telhas da casa com 365 janelas, que inspirou o escritor Jefferson Sarmento em seu quinto livro de terror. O enredo de “A Casa das 100 Janelas” gira em torno do fictício Solar dos Fortes, uma velha construção que remete às antigas fazendas localizadas entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Os elementos do passado colonial e escravagista brasileiro são a base para contar uma jornada de remissão e de horror fantástico nos dias atuais. O protagonista desta história é Chico Rezende, um homem negro que, quando criança, deixou a cidade após seu pai ser acusado de assassinar Adélia Fortes, a esposa do patrão. Ele volta a Bel Parque depois de 30 anos para recuperar o passado perdido e redimir os pecados e horrores que assombram uma velha casa amaldiçoada. Ao trazer o imaginário popular e a história brasileira como ponto de partida para o thriller, o autor promove e contribui para a ainda tímida literatura nacional do gênero. “É uma história de horror numa cidade brasileira, com todas as características que identificam esse lugar, com vínculo no nosso passado histórico, dramas familiares e sociais presentes no cotidiano”, comenta. Com 512 páginas, o livro é da Editora Tramatura.
 

Sua Alteza Real

Com um tom de fábula e certa tendência à paródia, o livro conta a história do grão-ducado de Grimmburg, espécie de microcosmo da Europa antes da Primeira Guerra Mundial, e de Klaus Heinrich, o divertido príncipe que de repente vê o mundo ultra rígido de sua corte, dominado por tradições e hierarquias, confrontado com a visão pragmática do bilionário americano Samuel Spoelmann e, sobretudo, de sua filha Imma, uma mulher de espírito independente.
Os dois jovens se aproximam aos poucos e, para além do encantamento, o príncipe passa a ter cada vez mais a clareza de que a salvação de sua estirpe pode estar na fortuna da moça – e num casamento fora do círculo aristocrático. Mann faz com esta sátira uma cuidadosa descrição da sociedade europeia em franca decadência, que vislumbra no vigor moderno do Novo Mundo uma possibilidade de rejuvenescer. De Thomas Mann, o livro tem 344 páginas e é da Editora Companhia das Letras.
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