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17/04/2023 às 04h44min - Atualizada em 17/04/2023 às 04h44min

Livros & Leitura

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Da Redação
GB Edições

Submundo

Relato tocante e surpreendente que costura depoimento pessoal, imaginação sociológica e narrativa biográfica, “Submundo” é um livro único. Abdias Nascimento ora narra, ora cede a palavra aos companheiros de cárcere; ouve confissões, pergunta, pondera, se compadece. Entremeado na história, o autor faz uma rara e preciosa reconstrução da gênese do Teatro do Sentenciado, antecessor do TEN (Teatro Experimental do Negro), que viria a se tornar um marco na história da dramaturgia brasileira. Conforme reconstrói a vida de seus personagens, Abdias apresenta de forma crítica a reforma pelo qual passava o sistema prisional na década de 1940. Essa modernização, ele observa, se dava junto com o enraizamento do racismo científico na criminologia e, por extensão, na dinâmica do sistema carcerário e judicial. É um olhar que mapeia e antecipa elementos fundamentais de futuros debates sobre racismo e encarceramento em massa. Oficialmente, Abdias foi condenado por uma infração administrativa cometida quando prestara serviço militar. Sua prisão, porém, cheirava a perseguição política da ditadura Vargas e sua profunda intolerância com o movimento negro, do qual Abdias era já reconhecido líder. Eis por que, mais do que tudo, “Submundo” é um exercício de subversão. Homem negro, Abdias reivindica a perspectiva do preso e a pergunta que nos faz, com alguma ironia, é: sentenciado por qual crime? Com 320 páginas, o livro é da Editora Zahar.
 

A Caixa de Areia

Como que saídos de uma peça de Beckett ou de um sonho de Kafka, Kleiton e Carlton são duas figuras que passam suas vidas num carro dando voltas por um vasto deserto e divagando sobre a existência. Paralela a esta trama, o leitor acompanha o cotidiano de um personagem chamado Lourenço, um quadrinista que reflete sobre a passagem do tempo e busca desvendar um acontecimento misterioso: a razão de brinquedos perdidos de sua infância aparecerem, um após o outro, na caixa de areia de seu gato. Com esta trama ao mesmo tempo íntima e fantástica, com tons auto ficcionais e filosóficos, o escritor premiado Lourenço Mutarelli nos leva em uma jornada cujo motor é o caráter movediço da realidade, do tempo e da representação. Publicada originalmente em 2006, “A Caixa de Areia” ganha uma nova edição e se firma como um dos mais emblemáticos quadrinhos já produzidos no país. Com 144 páginas, o livro é da Editora Quadrinhos na Cia.
 

Guia Essencial da Beleza Natural

Você já pensou em produzir seus próprios cosméticos? Pode parecer inusitado, mas cada vez mais pessoas têm optado por utilizar produtos feitos com ingredientes naturais em sua rotina de beleza e de autocuidado, na busca de uma vida mais saudável e equilibrada. É por isso que a farmacêutica e especialista em cosméticos naturais Mona Soares criou o “Guia Essencial da Beleza Natural”. Uma viagem pelo mundo da cosmetologia, este livro nos ensina como e por que misturar ingredientes comuns para fazer nossos produtos em casa. Ao ler estas páginas, entendemos que usar cosméticos naturais vai muito além de evitar ingredientes prejudiciais à saúde: é também sobre o prazer de criar pequenos rituais de autocuidado, resgatar antigas receitas, entrar em contato com a natureza e buscar uma beleza mais suave, que respeite o nosso corpo e o planeta. Com 192 páginas, o livro é da Editora Paralela.
 

República Surda

Na fictícia cidade de Vasenka, uma estranha guerra tem início depois que um garoto surdo é assassinado por soldados. O som dos conflitos – gritos de ordem, tiros, sirenes e bombas – não chega mais aos ouvidos dos habitantes, que passam a conviver com um silêncio ensurdecedor. Nesse cenário, regido pelo autoritarismo e pela crueldade, as palavras perdem o sentido, e o silêncio dá espaço à outra forma de comunicação. Finalista do National Book Award e vencedor do National Jewish Book Award e do Los Angeles Times Book Prize, “República Surda” foi eleito o livro do ano pelo New York Times em 2019 e se tornou um fenômeno editorial. Misto de ficção, peça teatral e coletânea de poemas, este livro que foge das classificações fáceis tem como pano de fundo um país que, ocupado pelas Forças Armadas, é obrigado a conviver com os desmandos do poder ao mesmo tempo em que vê surgirem novos elos afetivos. De Ilya Kaminky, o livro tem 168 páginas e é da Editora Companhia das Letras.

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