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21/06/2024 às 16h20min - Atualizada em 21/06/2024 às 16h30min

Nailton Lyra Escreve

NAILTON LYRA

NAILTON LYRA

O Doutor ​NAILTON Jorge Ferreira LYRA é médico e Conselheiro do CRM/MA e Conselheiro do CFM representando o Estado do Maranhão

Nailton

Gastrite Nervosa

Isso existe?

Todos nós, após exageros sentimos dor no estômago, dor do tipo uma queimação (principalmente) “na boca do estômago”. Isso ocorre em várias ocasiões, mas muitas vezes em situações estressantes. Ocorre quando ficamos irritados, em acontecimentos que fogem ao nosso controle emocional, esse fato é chamada de “gastrite nervosa”, erroneamente.

Esse desconforto diretamente ligado a questões emocionais e, diferente da gastrite, não causa inflamação no estômago na mucosa gástrica.

O sufixo “ite” é relacionado aos processos inflamatórios diversos, como apendicite, inflamação do apêndice, enterite do intestino, meningite, das meninges e a gastrite do estômago. Porém, nas chamadas “gastrite nervosa” não temos o processo inflamatório no estômago. Para se ter a inflamação é necessária uma resposta do organismo, que aparecerá sob a forma de uma reação chamada de processo inflamatório que tem participação de células que caracterizarão o processo com agudo ou crônico.

Os sintomas da “gastrite nervosa” são chamados também de dispepsia funcional, são basicamente os mesmos da gastrite, a diferença é que na dispepsia funcional não há inflamação no estômago, mas alteração na motilidade e sensibilidade gastrointestinal que serão responsáveis pelos sintomas.

Essa condição, ligada basicamente as situações de stress emocional, é uma reposta a fatores denominados de somatização. Soma é uma palavra de origem grega que significa corpo, logo a somatização é uma reação do corpo sob comando da psique (mente). Exemplos vários de somatização:  pessoas ficam em situações de stress (uma prova p, ex) e tem diarreias incapacitantes, stress ligado a crises de asma, as dores de cabeça emocionais e incapacitantes.  Da mesma maneira o corpo reage ao stress com dor de estômago – a gastrite nervosa.

Os principais sintomas são dor de estômago em queimação ou em pontada, enjoo e vômitos, sensação de estômago cheio, barriga inchada e dolorida, arrotos frequentes, mal-estar geral, digestão mais lenta, queimação, dor de cabeça, perda do apetite.

Para o diagnóstico deve ser consultado preferencialmente um médico gastroenterologista, também chamado de “gastro” que é o especialista no sistema digestivo, ele ouvirá suas queixas, você será examinado e com muita certeza será submetido a uma endoscopia digestiva alta que vai ver a mucosa gástrica e coletará material para exame detectando a presença da inflamação seja aguda ou crônica, ou a ausência dela, a    dispepsia funcional (gastrite nervosa).

A gastrite clássica é causada principalmente por normas comportamentais inadequadas como excesso de consumo de álcool, cigarro, anti-inflamatórios e a presença da bactéria h pylori, requerendo o tratamento adequado.

A boa notícia é que a dispepsia funcional é facilmente tratada. Recomenda-se alimentação leve, pouca gordura, sal e café, alimentos cozidos pouco fermentáveis, resolver as situações que estão provocando o stress.

As medidas comportamentais são obviamente importantes.

A dispepsia funcional existe, a inflamação na gastrite nervosa não!

Mas, às vezes, nervoso é o médico!

Invista nisso!
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