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02/09/2021 às 19h27min - Atualizada em 02/09/2021 às 19h27min

Maranhão tem média de 829 policiais militares investigados na Corregedoria a cada ano

Corregedoria da PM - MA
 
Dados oficiais apontam que o Maranhão tem uma média de 829 policiais militares respondendo a investigações por falhas de conduta dentro da corporação, nos últimos sete anos. O número é considerado alto pelos especialistas.

“Acho que esses números são subestimados e poderiam ser ainda mais preocupantes a partir do que a gente analisa em termos de indícios de corrupção dentro da polícia, participação em crimes de pistolagem ou organizações paramilitares”, afirma o advogado e membro da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Antonio Pedrosa.

As informações oficiais provenientes da Corregedoria da PM, apontam números de janeiro de 2015 até julho de 2021. Só este ano, 230 policiais estão sob investigação por algum tipo de conduta inadequada dentro dos quadros da polícia. 

As principais ocorrências relacionadas a falha de conduta são abuso de autoridade, ‘conduta inconveniente’ e agressão, como no caso em que dois policiais foram flagrados tentando colocar uma mulher à força dentro de uma viatura, em São Luís, em dezembro de 2019.

A ação foi filmada por algumas pessoas que reagiram ao ver um dos militares tentando empurrar à força a mulher para a parte de trás da viatura. Um dos policiais chega a colocar uma das mãos por baixo da saia dela.

Outro tipo de ocorrência frequente é o de ‘inércia policial’, que é quando um agente de segurança se abstém de atender a algum caso em que ele deveria intervir. No Maranhão, nos últimos setes anos, já foram 62 registros desse tipo na Corregedoria Militar.

Um desse casos aconteceu em abril. Três policiais militares ficaram parados durante uma sessão de tortura ocorrida dentro de uma loja de roupas no Parque Vitória, em São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís.

Segundo as investigações, a vítima teria tentado furtar roupas. Ao ser abordada pela dona do estabelecimento, ela recebe diversos chutes e socos enquanto três policiais observam tudo sem fazer nada. O caso foi encaminhado para o Conselho de Disciplina da PM.

Já em relação a homicídios, foram 81 registros na Corregedoria nos últimos anos. Mais recentemente, a Polícia Civil indiciou o soldado da Polícia Militar, Adonias Sadda pelo assassinato do médico Bruno Calaça Barbosa em Imperatriz, no último dia 26 de julho. O PM foi indiciado por homicídio duplamente qualificado.

Em outro caso, em fevereiro deste ano, cinco policiais militares foram presos suspeitos de ter assassinado o comerciante Marcos Santos, em Bacabal. Imagens de segurança mostram policiais à paisana conduzindo o comerciante para o veículo.

Depois do ocorrido, a vítima foi achada no povoado Fazenda Cancelar, em São Luís Gonzaga do Maranhão, com marcas de tiro e sinais de violência. Outra pessoa que foi levada pelos policiais, o lavrador José de Ribamar Neves Leitão, reapareceu uma semana depois do ocorrido e relatou que sofreu tortura pelos PMs.

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