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20/06/2021 às 00h00min - Atualizada em 20/06/2021 às 00h00min

500.000

Mario Eugenio Saturno*
Antes do fim de junho, a Covid-19 terá ceifado a vida de 500.000 brasileiros. São pessoas que colaboraram para construir este país que muitos relapsos chamam de Pátria. Era um inimigo desconhecido, mas todos os especialistas sabiam e orientaram como vencer, mas o despatriota dirigente preferiu ouvir adulões arrogantes, ignorantes que afirmavam ser o novo coronavírus inofensivo, uma gripezinha, que não mataria 800 pessoas.
 
Há um ano, no dia 12 de junho de 2020, a Espanha vencia a primeira onda da Covid. Não! Não havia vacina, venceram com o confinamento, rígido, com dura restrição de mobilidade, com pesadas multas para os rebeldes, um verdadeiro "Lockdown". Algo que nunca fizemos! E que nunca faremos, pois não há apoio no Congresso!
 
Lembremos que não existe imunidade natural de rebanho. Convivemos com a varíola, paralisia infantil e tantas outras e a imunidade coletiva só foi conseguida pela vacinação em massa. Quando não se tem vacina, o confinamento funciona da mesma forma que a vacina. É uma técnica ensinada até na Bíblia, basta ler o Levítico (cap. 13) para ver que se isolavam os leprosos.
 
Para entender, podemos usar o conceito da imunidade populacional, supõe-se que se 70% da população tiver a doença, o contágio fica tão difícil que a doença extingue-se por si própria. Embora seja um conceito errado, fixe essa ideia. Quando se restringe a mobilidade aos serviços essenciais, isso deve representar que menos de 30% da população irá trabalhar. Ou seja, 70% da população ficará isolada do vírus, não é difícil de entender, né? E o resultado é o mesmo, dificulta o contágio, até extinguir, como aconteceu na Espanha com 49 dias de confinamento.
 
Uma matéria do The New York Times, de 7 de maio, mostrou que muitos especialistas dos Estados Unidos creem que a imunidade coletiva do novo coronavírus só será atingida com 95% da população. Se incluirmos os que já tiveram a doença, no Brasil, cerca de 12% foram vacinados e 10% que já tiveram a doença... Ou seja? Estamos muito longe e entrando em um novo patamar em torno de 1.900 mortes por dia em média. Teremos a mesma mortalidade que na primeira onda?
 
Em 4 de junho do ano passado, tivemos a inflexão da curva, registrando 1.038 mortes na média. Com 34 mil mortes, usando a curva da Itália, uma queda exponencial, estimei que morreriam 60 mil pessoas no total. Mas eu não contava com a estultícia dos que aconselhavam, nem com a covardia dos que deveriam alertar o PR, o Presidente da República. Dessa forma, 440 mil brasileiros morreram por culpa de Jair Bolsonaro e seu Gabinete das Trevas (Shadow Cabinet) como eles próprios se denominaram, apropriadamente, diga-se!
 
A Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado já tem elementos para processar o PR, o correto é repassar à Câmara e o deputado Arthur Lira agir, iniciando o processo de impedimento. Aos governadores e prefeitos, cabem multar e prender os rebeldes, para que a vacina derrube exponencialmente a doença. Se isso for feito, conseguiremos restringir as mortes para menos de 65 mil até o fim do ano. Se não, como para a estupidez, o céu é o limite!
*Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot. com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano
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