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27/03/2024 às 18h06min - Atualizada em 27/03/2024 às 18h15min

Que cesta básica linda!

Ludmila Pereira
No último dia 8, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social publicou uma lista com exemplos de alimentos que compõem a “nova cesta básica”. Tal iniciativa tem como objetivo orientar as políticas públicas para garantir o direito à alimentação. 

Essa ação do governo federal visa melhorar ações voltadas à segurança alimentar, além de guiar as comprar governamentais. 

Além da satisfação de ver iniciativas sendo tomadas de combate à fome, outra coisa que me chamou atenção e que me deixou muito contente foi a exclusão dos ultraprocessados, sendo incluídos, portanto, somente alimentos in natura e/ou minimamente processados. 

Exemplicando para que você, caro leitor, entenda o que vai poder ou não, irei citar os alimentos permitidos na “nova cesta básica”. 

Entre os alimentos in natura, incluem os feijões (leguminosas), cereais, raízes e tubérculos, legumes e verduras, frutas, castanhas e nozes (oleaginosas), carne e ovos, leites e queijos, açucares, sal, óleos e gorduras, café, chá, mate e especiarias. 

Na lista de alimentos também permitidos, incluem-se os processados, que são aqueles que sofreram poucas alterações da indústria, como moagem, secagem, pasteurização, adição de conservas simples, como salmouras. Estes podem ser adicionados à cesta de forma excepcional. Entram nessa lista as frutas em compotas ou cristalizadas, as conservas de legumes, extrato de tomate, carnes salgadas e defumadas, atum e sardinha em latas e pães.

Agora entre os excluídos, encontram-se os alimentos ultraprocessados, que são os produzidos com aditivos alimentares, como corantes e aromatizantes. Vitoriosamente, esses produtos alimentícios não fazem mais parte da “nova cesta básica”. 

Minha declarada comemoração a esse assunto se dá ao fato de que ações como essa desencorajam o consumo de má qualidade nutricional por parte da população, tendo em vista que, hoje, os alimentos ultraprocessados representam em torno de 20% da alimentação da população brasileira, além de ter aumentado em torno de 5,5% na última década no país, conforme pesquisa da USP sobre o perfil de consumidores.

Os alimentos ultraprocessados são divulgados incessantemente com a ideia de mais sabor e praticidade na vida da população. De fato, isso acontece. Mas, em contrapartida, temos produtos extremamente artificiais, riquíssimos em gorduras, açucares, sódio e outros aditivos alimentares que nada contribuem positivamente para a saúde do consumidor. Pelo contrário. Já se sabe que consumo de ultraprocessados está diretamente ligado ao crescimento da obesidade e demais doenças associadas ao excesso de peso, além de câncer.  

Que mais ações como essa possam ser implantadas na vida da população, não apenas vindas do poder público, mas também de iniciativa própria de cada indivíduo em sua casa. 

Que as famílias possam ter a maior variedade de alimentos naturais possível e que olhem pra sua alimentação com muita satisfação. Sua saúde concordará e dirá “que cesta básica linda!”

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* Ludmila Pereira de Araujo Souza é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais
Instagram: @ludmilapasouza.nutri • Email: [email protected]

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