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05/03/2024 às 21h39min - Atualizada em 08/03/2024 às 21h39min

Era sol que me faltava...

Ludmila Pereira
Era sol que me faltava... E que muitas vezes ainda falta: é a essa conclusão que eu chego quase que diariamente quando me deparo com exames dos meus pacientes e vejo uma vitamina D tão baixa.

Nutriente de extrema importância para uma série de papéis em nosso organismo, como formação de ossos e dentes, melhora do funcionamento do sistema imune, regulação do sistema nervoso, entre tantas outras, hoje a vitamina D já é considerada como “hormônio” por diversos pesquisadores, devido às suas funções regulatórias vitais, controlando a expressão de mais de 1000 genes, participando decisivamente do funcionamento de vários órgãos e sistemas.

Apesar de termos fontes alimentares de vitamina D fáceis e acessíveis no nosso dia a dia (a exemplo do atum, sardinha, bacalhau, salmão, gema de ovo, leite e derivados), a absorção através dos alimentos é considerada baixa, sendo, portanto, a principal fonte a exposição solar.

No entanto, mesmo morando em um país tropical, onde prevalecem o calor e o sol durante a maior parte do ano, observa-se, como disse no inicio desse texto, uma grande carência de vitamina D em boa parte da população. E isso se dá por inúmeros motivos, podendo citar: a baixa exposição solar e/ou uso excessivo de protetor solar, o que diminui a absorção do nutriente; doenças inflamatórias intestinais que dificultam a captação do nutriente pelo intestino; obesidade, já que a vitamina D é solúvel em gordura, portanto, pode ficar armazenada no tecido adiposo, o que reduz a quantidade disponível para o restante do corpo; e portadores de doenças renais crônicas, por terem dificuldade de converter o nutriente para sua forma ativa, o que pode levar à deficiência.

Devido aos fatores citados, a prescrição de suplementação de vitamina D atualmente tem se tornado obrigatória para muitos públicos e bastante “conveniente” para outros, já que mesmo em condições favoráveis para absorção do nutriente, não acontece devido à rotina diária, preferências alimentares, locais onde moram e temperatura a que se submetem, entre outros inúmeros motivos.

Depressão, osteoporose, perda de força muscular, cansaço excessivo, fadiga, doenças autoimunes e do coração, gripes e resfriados freqüentes estão entre os sinais e sintomas mais comuns da deficiência de vitamina D.
É importante lembrar que o uso indiscriminado de suplementos de vitamina D pode ser prejudicial à saúde, portanto, só devendo ser prescrito por médico ou nutricionista.

Por isso, aproveitemos o verão e seus dias ensolarados e vamos garantir nossa dose de vitamina D.

Era sol que me faltava... Mas não faltará mais.

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* Ludmila Pereira de Araujo Souza é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais
Instagram: @ludmilapasouza.nutri • Email: [email protected]
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