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04/03/2024 às 10h10min - Atualizada em 04/03/2024 às 10h10min

São Paulo recebe a primeira edição da Marcha Transmasculina

Termo transmasculinidade abrange indivíduos transgêneros cujas identidades de gênero são masculinas, mas que podem se considerar homens ou não, como os homens trans.

Andreia Verdélio
Agência Brasil - Brasília
Evento busca o respeito para a comunidade - © Rovena Rosa Agência Brasil

  
A primeira edição da Marcha Transmasculina de São Paulo ocorreu neste domingo (3), na capital paulista. Organizada pelo Instituto Brasileiro de Transmasculinidades - Núcleo São Paulo (Ibrat-SP), o evento buscou o reconhecimento, a visibilidade e o respeito para a comunidade transmasculina.

“As transmasculinidades são atravessadas por um apagamento brutal de sua história de movimentação política, das existências plurais das nossas identidades e das nossas demandas específicas; desde o nascimento, quando nos é imposto o gênero feminino, somos vítimas incessantes do apagamento, violência e silenciamento. É urgente que nossas demandas componham as pautas políticas e estejam nas construções de políticas públicas que, de fato, contemplem nossa população”, diz o manifesto do Ibrat-SP para a marcha.

O termo transmasculinidade abrange indivíduos transgêneros cujas identidades de gênero são masculinas, mas que podem se considerar homens ou não, como os homens trans.

O documento cita questões como a fragilidade das políticas públicas que não dialogam com as demandas dessa população; a falta de acesso à saúde integral; direitos reprodutivos e parentais; empregabilidade e inclusão econômica; acesso à educação; acesso à moradia adequada, entre outros. Por exemplo, homens trans e demais pessoas transmasculinas têm a mesma chance de desenvolver câncer de colo uterino que mulheres cisgênero (que tem identidade de gênero feminina), mas o rastreamento tende a ser realizado de maneira mais inadequada nessa população.

“A 1ª Marcha Transmasculina de São Paulo nasce da urgente necessidade de combater a invisibilidade que resulta em muitas violências”, diz o manifesto. “Tudo isso corrobora com uma sociedade que suicida a população transmasculina. Sim, o Brasil é o país que mais mata travestis no mundo, principalmente negras, e o país que mais suicida pessoas transmasculinas. Assim, nossa urgência é pelo direito à vida. E uma vida com dignidade”, acrescenta.

O Ibrat-SP lembra ainda que 2024 é ano de eleições municipais e pede que as demandas específicas das transmasculinidades sejam incluídas nas agendas políticas. “Essa marcha é um passo coletivo e significativo nessa direção, pois busca destacar as experiências, desafios e necessidades únicas enfrentadas pela comunidade transmasculina e de reivindicar e firmar compromisso com os representantes do povo e com os próximos candidatos que eventualmente serão eleitos”, diz a entidade.

A marcha deveria ocorrer em fevereiro, mês da visibilidade transmasculina, mas foi transferida para este domingo em razão da quantidade de eventos carnavalescos que ocorreram no mês passado. O evento se concentra no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, com oficinas e ações de saúde sexual. Em seguida, os participantes saem em caminhada até a praça Dom José Gaspar, no centro, momento em que estão previstas apresentações artísticas e discursos políticos.


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