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21/02/2024 às 18h41min - Atualizada em 21/02/2024 às 18h45min

Salve, Dino

Illya Nathasje
Foto: Divulgação
 
“— Cada ser humano tem dentro de si seu próprio cemitério. Ali ele guarda e cultiva seus mortos. Talvez hajam tumbas descuidadas, sepulcros não caiados... túmulos negligenciados, sepulturas indiferentes, mausoléus desleixados... Como em todo campo santo, também no cemitério de nossa mente e coração há que se ter zelo pelos que se foram, cuidar ou ao menos (re)lembrar do legado que, querendo ou não, deixaram por aqui, para os dias sem fim que hão de vir.” 

Homenagens se devem prestar em vida. Mas dizer o que, da vida que lhe tira a oportunidade? Se no tempo, oportunidades surgem, dá mesma forma, se vão, seja como o fio d’água que o vento seca e lhe desloca o raciocínio a perder a meada que como a agulha que sumiu no palheiro adentro lhe restando um triângulo de passado, presente e futuro; de nascimento, vida e morte. 

Flávio Dino chegou lá. De suas qualidades, as quais os aliados aplaudem e de seus defeitos que enxergam seus adversários, em nenhum momento se afastou. Chegou sendo o que é. É desse jeito de ser que me sirvo, tardiamente, para lembrar 3 anos e meses depois aqui de Sálvio Dino (Sálvio de Jesus de Castro e Costa, nascido em Grajaú/MA, *05 de junho de 1932 +24 de agosto de 2020), autor das palavras entre aspas, acima. 

Duas vezes, prefeito de João Lisboa nossa vizinha Gameleira. Encontrei-o, uma vez no Aeroporto de Brasília, aí pelos idos de março de 1995, para onde havia ido em busca de reverter a decisão do então presidente da instituição, Paulo César Ximenes, de fechar agências do Banco do Brasil, sob a alegação de agências não lucrativas, João Lisboa entre elas. Embora, tachando de luta inglória, disse-me (para usar um termo atual): “Vou fazer o meu melhor! Só temos uma agência de banco. Fechar por quê?” 

- Bom! Se Sálvio encontrou com Ximenes, nunca soube, mas a agência 2787 do Banco do Brasil em João Lisboa nunca fechou. Assim, como sempre foram vividas a cada temporada, na Gameleira, as apresentações do Boi de Axixá. A criação da Associação dos Municípios da Região Tocantina, o Copão Maranhão do Sul foram outros frutos e, por fim, sua participação na criação da Academia Imperatrizense de Letras. 

Para ser curto com a sigla do STF, é de Sálvio, então deputado, na década de 80 quando surgido o coletivo “Autonomia e Luta” e seus debates sobre a necessidade de autonomia na gestão dos centros da UEMA a serem espalhados pelo interior do estado, a ideia da criação de uma universidade no sul do Maranhão, a Universidade de Imperatriz. Não vingou, ficou a semente. Décadas depois, seu  filho, o governador Flávio Dino quando oficiado a criação da UEMASUL registrou durante discurso, o episódio.

O maior legado de um pai, mais que suas obras, é um filho, está escrito no livro da vida e assim, com a posse hoje de Flávio Dino de Castro e Costa, ministro do Supremo Tribunal Federal, Sálvio Dino de onde estiver, certamente terá um olhar altaneiro voltado para a Esplanada dos Ministérios.

- Salve, Sálvio! Salve Dino! 

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