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06/01/2021 às 00h00min - Atualizada em 06/01/2021 às 00h00min

Maranhão registrou 60 casos de feminicídio em 2020

Número ultrapassou 2019. Estudo revelou que, em média, 300 casos de violência contra a mulher são registrados por mês no estado

Assessoria/SSP-MA
Gleyciane e Dayane da Mota Bandeira foram assassinadas por Alan Patrick - Arquivo/O PROGRESSO
De janeiro a dezembro de 2020, o Maranhão registrou 60 casos de feminicídio, de acordo com a Secretaria de Segurança do Maranhão (SSP-MA). No mesmo período de 2019, o estado contabilizou 48 casos. Na Grande Ilha, o total de ocorrências corresponde a 12 feminicídios no referido ano.

Ainda segundo a SSP-MA, o mês de agosto foi o que mais registrou casos, com nove ao total. No mês de janeiro, um caso foi registrado; outros seis em fevereiro; mais seis em março; em abril os registros subiram para oito; e caíram para quatro em maio; junho registrou cinco casos; julho também registrou mais cinco; mais cinco em setembro; três em outubro; seis em novembro e mais dois em dezembro.

A alta incidência de registros desse tipo de crime, que são mortes de mulheres por questões de gênero, já havia feito parte de um levantamento realizado pela polícia. Em seis meses, o Maranhão registrou 28 casos, já durante o mesmo período de 2019, as autoridades policiais registraram 25 mortes.

Um estudo realizado pela Defensoria Pública do Maranhão (DPE/MA) apontou que, de janeiro a agosto de 2020, 2,4 mil atendimentos de casos de violência contra a mulher foram registrados no estado. Os números representam uma média de 300 registros por mês.

A defensora pública Lindevania Martins afirma que a maior parte dos casos de agressão acontece no seio familiar e praticadas por companheiros ou ex-companheiros, com quem a mulher tem filhos. Além disso, mulheres que são dependentes financeiramente e psicologicamente dos companheiros também são as que mais sofrem.

Em um único dia, duas mulheres foram vítimas de feminicídio nas cidades de Carolina e em Santa Luzia, localizadas no interior do estado. Em ambos os casos, os companheiros das vítimas são suspeitos de terem praticado os crimes.

Irene Guimarães da Silva, de 44 anos, foi encontrada morta com sinais de estrangulamento na residência onde vivia com o companheiro. O crime teria acontecido após uma discussão entre o casal. Segundo a polícia, ele foi preso.

Ireny Pereira do Nascimento, de 22 anos, foi encontrada morta nas proximidades de um igarapé no povoado de Santa Luzia. A principal suspeita é que o companheiro da vítima seja o autor do crime. Segundo familiares, os dois teriam ido a uma festa e após uma crise de ciúmes, ele teria saído do local em uma motocicleta. Ela não mais vista, até ter sido encontrada morta.

Um dos casos de maior repercussão este ano no estado foi a morte de Bruna Lícia, morta pelo marido, o policial militar Carlos Eduardo. O acusado matou a tiros a esposa e o amante dela no Condomínio Pacífico I, no bairro Vicente Fialho, em São Luís.
Graça Maria Pereira de Oliveira, de 57 anos, e a filha Talita de Oliveira Frizeiro, de 27 anos, foram mortas e colocadas em um carro no bairro Quintas do Calhau, em São Luís. O mandante do crime foi o ex-marido de Graça Maria. Outras duas pessoas foram presas por participação feminicídio.

Cinco casos
Em Imperatriz, segunda maior cidade do Maranhão, em 2020 foram registrados cinco casos, que fazem parte das estatísticas para o número total desse tipo de ocorrência no Maranhão naquele ano.

Crime de feminicídio sempre repercute muito, mas dentre os casos ocorridos em Imperatriz em 2020, um duplo feminicídio teve maior repercussão. O homem identificado por Alan Patrick, inconformado com a separação, matou a ex-esposa, Gleyciane da Mota Bandeira, e a ex-cunhada, Dayane da Mota Bandeira. Depois cometeu suicídio.

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