No último dia 8, estreou a 24ª edição do famoso “Big Brother Brasil”. O famoso reality show apresentado pela TV Globo confina participantes, entre famosos e anônimos, vigiados 24 horas por dia através de câmeras que exibem o modo de vida, o comportamento e a convivência entre os participantes.
Há quem acredite que dá para viver um personagem lá dentro, escondendo defeitos, ressaltando e/ou fingindo qualidades e até mesmo camuflando angústias vividas, mas a verdade é que isso é bem difícil e vai se tornando cada dia mais com o passar do tempo, tendo todas as suas ações vigiadas por tempo integral.
E prova disso tem sido a forma como Yasmin Brunet tem enfrentado a compulsão alimentar.
Desde que entrou no programa, a modelo confessou que já vivia esse problema, mas que dentro do reality estava bem pior, já que ela fazia uso de cigarro eletrônico fora da casa e estava sem usar no BBB e, portanto, em abstinência.
A compulsão alimentar tem aspecto de reação semelhante ao uso de drogas e álcool, tendo em vista que está relacionado ao prazer no momento do consumo, ao tempo que, após comer, vem o sentimento de culpa e tristeza.
Caracteriza-se ainda pela grande quantidade de comida ingerida, consumida de forma impulsiva, rápida e em intervalos muito curtos de tempo.
A compulsão alimentar acontece por uma série de fatores, sendo bastante freqüente por pessoas que tem obsessão pelo próprio corpo, além de atingir pessoas que estão passando por momentos de ansiedade, estresse ou algum trauma emocional com baixa autoestima.
Quadros de compulsão alimentar podem ser desprezados e não enxergados de maneira adequada por quem convive com pessoas que sofrem desse problema. Exemplo disso no próprio Big Brother Brasil é o cantor Rodriguinho que, de maneira ignorante – entenda-se por desconhecimento –, debocha de Yasmin, chamando-a de forma pejorativa de “Yasmin Comer”, além de criticá-la o tempo inteiro com piadinhas sobre o quanto a modelo come.
Sem dúvida nenhuma, o companheiro de confinamento está apenas atrapalhando um problema difícil pelo qual a colega passa.
O tratamento para compulsão alimentar é multidisciplinar e inclui nutricionista, psicólogo e psiquiatra, incluindo ainda medicação para controle da ansiedade.
Diversas ainda são as estratégias recomendas para auxiliar no controle do impulso de comer, como: evitar dietas restritivas, tendo em vista que a restrição gera a compulsão, então uma dieta equilibrada é de fato o melhor caminho; beber bastante água, já que o quadro de sede e desidratação pode ser confundido com fome e por isso, levar o indivíduo a comer; mastigar devagar; planejar as refeições, evitando comer desnecessariamente; consumir mais fibras – presente em frutas, verduras, legumes e cereais integrais –, gerando assim mais saciedade; além de dormir bem e praticar atividade física.
O tratamento para compulsão alimentar é longo, árduo e com muitos percalços, mas com toda certeza vale a pena e devolve qualidade de vida física e mental para quem sofre desse problema. __________________________________________________________________________________________________ * Ludmila Pereira de Araujo Souza é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais Instagram: @ludmilapasouza.nutri • Email: [email protected]
