Dando sequência à série de suplementos que comecei a falar na última semana, agora é a vez da creatina. Ela que “popularizou” no meio esportivo, tornando-se a queridinha dos freqüentadores de academia, devido a sua ação no ciclo de geração de energia dentro da célula, ampliando a reserva energética, sendo prontamente disponibilizada no nosso corpo, assim, melhorando o rendimento e dando mais força, fazendo com que o músculos seja trabalhado no seu potencial máximo.
Dessa forma, com os músculos “bem ativados” pelo exercício físico, há uma super potência no ganho de massa muscular. A creatina não faz com que o músculo cresça, mas atua para que o processo de hipertrofia seja eficiente e potencializado.
Há ainda estudos que destacam que a creatina pode contribuir para a recuperação de atletas após treinos intensos, além de evitar a fadiga física.
Agora, fazendo jus ao título desse texto e falando da creatina além do esporte, quero que você entenda, caro leitor, por qual motivo essa substância é prescrita hoje para diversos públicos.
Assim como os nossos músculos, as nossas células nervosas – os neurônios – também precisam de energia. Assim, a creatina incentiva essa produção energética para os neurônios, fazendo com que as atividades cerebrais performem melhor.
Quem se beneficia bastante dessa atuação são os idosos, não somente pela melhora da cognição como resultado de uma função cerebral mais eficiente, mas também por causa da manutenção dos músculos e da prevenção de sarcopenia, que é a perda da massa muscular.
Há estudos que mostram inclusive que a suplementação de creatina quando associada a treinamento de resistência, aumenta a massa magra e melhora a força de pessoas idosas, contribuindo para a diminuição do risco de quedas e fraturas.
Outro público que também recebe os benefícios da suplementação de creatina são as pessoas portadoras de fibromialgia – condição reumatológica que se caracteriza por dor muscular generalizada e que reduz a capacidade física.
Há um estudo feito por pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP que associa o uso da creatina com a melhora da função muscular em pacientes com fibromialgia.
As pesquisas seguem evoluindo e mostrando cada vez mais benefícios no uso da creatina: é na gestação, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento fetal; é para pacientes diabéticos, que podem ter um melhor controle glicêmico a longo prazo; é na prevenção de doenças neurodegenerativas, já que melhora função cerebral e consequentemente, cognitiva. Enfim, inúmeros são os benefícios da creatina que vão além do esporte. __________________________________________________________________________________________________ * Ludmila Pereira de Araujo Souza é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais Instagram: @ludmilapasouza.nutri • Email: [email protected]
