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13/12/2023 às 17h32min - Atualizada em 13/12/2023 às 17h45min

Desmatamento e invasão no oeste maranhense: Ação dos “Sem Terras Urbanos”

Felipe Alexandre Rizzo e Michael Douglas Roque Lima
Foto: Divulgação
 
A maneira como as questões ambientais ao longo dos anos foi tratada pela sociedade têm trazido efeitos catastróficos sobre a natureza. Adicionalmente, os aspectos impostos no contexto do desenvolvimento ambiental para comunidades rurais trouxeram danos substanciais à biodiversidade brasileira, especialmente no Bioma Amazônico.

Antoine de Saint-Exupéry certa vez disse: “o futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas um lugar que estamos construindo”. Nesse sentido, nos resta fazer o seguinte questionamento: o que deveria ser o desenvolvimento socioambiental com as garantias da manutenção da floresta?

Nessa perspectiva, observamos que ao longo dos anos as orientações governamentais e não-governamentais sobre a obtenção de terras e até sobre a forma de utilizá-las têm reduzido as áreas particulares e comunitárias. Somado a isso, os invasores que em tão pouco tempo conseguem exaurir os recursos naturais põem em risco a continuidade das comunidades e das empresas nas áreas rurais da região.

O bem ambiental das empresas, preocupadas com o desenvolvimento econômico, social e ambiental da região, sendo dizimado por pessoas que não compartilham dessa preocupação faz com que os investimentos e o tempo de pesquisa inseridos nos plantios florestais homogêneos sejam desconsiderados.

O suprimento de matéria-prima de base florestal para a indústria oriundo de plantios 100% renováveis, sem a necessidade de utilização das florestas nativas, garante a manutenção dos ecossistemas e a continuidade dos recursos naturais para as gerações futuras. No entanto, as atividades criminosas voltaram com alta intensidade em áreas de floresta nativa, gerando destruição indiscriminada. As consequências negativas, certamente, poderão reverberar sobre as próximas gerações (filhos, netos e bisnetos), além de colocarem em risco o emprego e a renda de pais de família e a estrutura dos ecossistemas.

A escalada da violência e destruição no campo demonstra o desafio em solucionar possíveis embates sobre o direito à propriedade envolvendo movimentos criados por pessoas mal-intencionadas, que arregimentam famílias que sonham em ter um pedaço de terra. Com o discurso de que são conhecedores da base documental das terras, estimulam a invasão de propriedades particulares.

Além de causar devastação desenfreada na Amazônia, essa invasão orientada por invasores criminosos representa também ameaça existencial para os quase 25 milhões de brasileiros que utilizam os recursos naturais como meio de subsistência, expondo-os aos perigos da ilegalidade.

Em Açailândia, cidade com potencial econômico importante localizada no Estado do Maranhão, não é diferente. Grupos criados por pessoas com elevado poder aquisitivo tem conseguido incentivar famílias desinformadas a praticarem atos criminosos de invasão de terras em áreas particulares de empresas da região, com informação de que seriam áreas sem documentação. Como consequência dos atos de invasão, áreas com florestas plantadas de eucalipto estão sendo derrubadas e áreas de reserva legal sofrem prejuízo ambiental irreparável.

Não podemos permitir que o preocupante ato criminoso de invasão de terras em áreas do bioma amazônico seja usado como pretexto para que interesses protecionistas se aproveitem da situação em detrimento à falta de informação, causando danos severos às propriedades particulares da região e, ainda, às famílias ludibriadas pelas lideranças mal-intencionadas.

Além de terem importância ambiental, econômica e social, as áreas florestais são um legado para as presentes e futuras gerações, oferecendo uma gama de atividades que contribuem para fortalecer a geração de trabalho e renda.

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