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20/11/2023 às 19h09min - Atualizada em 20/11/2023 às 19h15min

Justiça aceita denúncia e delegado paraense acusado de cobrar propina no Tocantins vira réu

Delegado do Pará, Clóvis César Reis Bueno foi preso em flagrante suspeito de receber dinheiro para liberar caminhão de empresário

Da Assessoria - TO e da 2ª Vara Criminal de Palmas
Com Informações do MP
Delegado Clóvis César Reis Bueno - Foto: Reprodução / Redes Sociais
 
Investigado por suspeita de cobrar propina de R$ 15 mil de um empresário do Tocantins para liberar um caminhão apreendido no Pará e denunciado pelo Ministério Público do Tocantins, o delegado Clóvis César Reis Bueno, virou réu em processo que investiga o crime de concussão. A denúncia foi aceita pela 2ª Vara Criminal de Palmas.

Na denúncia do Ministério Público aceita pela Justiça e que a imprensa teve acesso, o caminhão da vítima foi apreendido no município de Santana do Araguaia (PA). O veículo dirigido por um adolescente de 17 anos, estava em trânsito para Palmas com uma carga de silagem e em seu interior teria sido encontrados porções de cocaína e comprimidos do medicamento nobésio, conhecido como rebite.

O delegado paraense foi preso pela Polícia Civil no dia 6 de novembro, em Caseara depois de denunciado pela vítima que fez a denúncia após conseguir gravar o momento da entrega do dinheiro, acordado em R$ 7.500,000 em um local na quadra Arse 41 (antiga 403 sul). Anteriormente, o delegado queria os quinze mil, mas o empresário contestou o valor, afirmando que a carga não valia isso. O delegado teria saído do carro e ligado para uma pessoa. Ao final da ‘negociação’, o valor ficou mesmo nos R$ 7,5 mil. Com o flagrante, Clóvis Bueno foi afastado das funções pela polícia paraense e está preso em um presídio do Tocantins. A princípio, já com a prisão preventiva decretada o delegado foi recolhido ao presídio de Cariri (TO). No dia 11 último, foi autorizada sua transferência para a capital, Palmas.

De acordo com despacho do juiz Luiz Zilmar dos Santos Pires, não houve hipóteses para rejeição da denúncia, que apresentou “elementos indiciários suficientes” para dar início ao processo. O acusado tem dez dias para apresentar defesa.

ESQUEMA ORGANIZADO PARA EXTORSÃO
Segundo informações, inicialmente um investigador teria ligado ao empresário citando a apreensão do veículo e que uma advogada iria procurá-lo para fazer a negociação. Depois, ligou novamente afirmando que o delegado estava em Palmas e iria resolver.

Esse envolvimento de outras pessoas, fez o promotor João Edson de Souza, que assina o documento, anotar que a situação “demonstra que existe um esquema organizado de extorsão de pessoas, onde temos uma advogada e outros servidores públicos que atuam de forma organizada, sob gerencia de outro um agente público, que ao tudo indica controla a atuação do ora denunciado”.

A denúncia também usa imagens de câmeras de videomonitoramento que confirmou o encontro entre a vítima e o denunciado.

O promotor ainda requereu que denunciado e testemunhas apontadas na denúncia sejam intimadas para explicarem o suposto envolvimento no esquema.

OUTRO LADO
À época da prisão, o advogado Arthur Del Bianco Camatio, responsável pela defesa do delegado Clóvis César, informou que o cliente estava em Palmas para fazer uma consulta médica e afirmou que ainda não teria tido acesso integral ao inquérito, mas apresentaria provas da inocência do delegado. Agora a denúncia aceita contra o delegado pela 2ª Vara Criminal de Palmas, a imprensa busca contato como advogado e aguarda seu posicionamento, o que não ocorreu até o fechamento da edição.

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