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14/11/2023 às 19h39min - Atualizada em 14/11/2023 às 19h45min

PF apura desvios em contrato de R$ 90 milhões da gestão Carlesse firmado durante a pandemia

Organização social foi contratada para gerir dois hospitais e parte do dinheiro teria sido desviado

Da Redação/AFN
Operação está cumprindo 18 mandados de busca e apreensão - Foto: Divulgação
 
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (14/11), a etapa ostensiva da investigação criminal que apura supostas fraudes a licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro possivelmente praticados por empresários e servidores públicos no Estado do Tocantins durante a pandemia de Covid-19.

Os agentes da PF cumprem 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasília (DF), Belém (PA), Anápolis (GO), Goiânia (GO), Umuarama (PR), Boa Vista (RR), Ribeirão Preto (SP), Cotia (SP), São Paulo (SP) e Maceió (AL). Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 4ª Vara Federal Criminal do Tocantins.

O inquérito policial, que é desdobramento da ‘Operação Ophiocordyceps’, apura suspeitas de que uma organização social contratada para o gerenciamento de leitos clínicos e de UTI em hospitais de Palmas e Gurupi teria superfaturado o valor dos insumos e serviços prestados.

Conforme a PF, a organização social recebeu aproximadamente R$ 90 milhões para a gestão dos dois hospitais durante as ações de enfrentamento à pandemia do Covid-19 nos anos de 2020 e 2021, e parte deste valor teria sido desviado em proveito de agentes públicos e empresários vinculados à referida organização.

O governador à época era Mauro Carlesse (Agir). Ele foi afastado do cargo em outubro de 2021, também numa operação da PF. A organização contratada foi o Instituto Saúde e Cidadania (ISAC).

De acordo com as provas e os indícios colhidos pela PF, o suposto esquema criminoso envolveria superfaturamento, sobrepreço, pagamento por serviço não prestado ou pagamento em duplicidade e subcontratação de empresas de fachada localizadas em outros estados da federação, além de lavagem de dinheiro de origem ilícita.

Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraude a licitação e organização criminosa, com penas que somadas, podem chegar a 23 anos de reclusão, além da perda de bens e valores suficientes para a reparação dos danos decorrentes das infrações penais.

A operação recebeu o nome de ‘Broken Armour’, que significa “armadura quebrada” e remete à descoberta (quebra) do segredo (proteção) sobre como funcionava a criação e existência de empresas instrumentalizadas para a proteção de pessoas suspeitas de integrar a suposta organização criminosa.

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