MENU

14/11/2023 às 18h17min - Atualizada em 14/11/2023 às 18h30min

Corpo de diarista foi sepultado na manhã desta terça-feira

Patrícia Almeida da Silva foi vítima de feminicídio

Dema de Oliveira
Patrícia foi sepultada na manhã de ontem, no Jardim dos Anjos, na Vila Cafeteira - Foto: Divulgação/Redes Sociais
 
O corpo da diarista Patrícia Almeida Silva foi sepultado na manhã desta terça-feira (14), no Cemitério Jardim dos Anjos, localizado na Vila Cafeteira. O sepultamento aconteceu depois de uma carreata organizada pela família e amigos, que passou por locais como Delegacia de Polícia e o Fórum, onde com pequenas paradas as pessoas pediram justiça para o caso.

Patrícia foi sequestrada e assassinada com um tiro na nuca, pelo ex-marido, Daniel da Costa Silva, que não aceitava a separação, quebrando medidas cautelares e inclusive existe um mandado de prisão em seu desfavor por esse motivo, reforçada agora pela prática do feminicídio.

Nesta terça-feira (14), surgiu notícia de que Daniel havia sido preso no local denominado de Vila Lindoeste, no município de São Félix do Xingu, estado do Pará, 718 km de Imperatriz. Entretanto, o delegado do caso, James dos Anjos, descartou que a prisão tenha sido feita. Há uma recompensa de R$ 11 mil para quem souber do paradeiro de Daniel e avisar à polícia. A princípio, a recompensa era apenas de R$ 2.500,00, mas pessoas ajudaram e o valor chegou a R$ 11 mil.

Patrícia Almeida da Silva foi vítima de feminicídio, que segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), cresceu 2,6% esse ano em relação ao mesmo período de 2022. 

Dados compilados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgados na segunda-feira (13), apontam que os feminicídios e homicídios femininos cresceram 2,6% no período, em comparação ao mesmo período de 2022. Foram 722 mulheres vítimas de feminicídio – quando o crime ocorre por razões de gênero. Mais 1.902 foram assassinadas e tiveram os casos registrados como homicídio. A entidade avalia que os números mostram que o estado brasileiro segue falhando na tarefa de proteger suas mulheres. 

O resultado, segundo o FBSP, está na contramão da tendência nacional dos crimes contra a vida. “Recentemente, o Monitor da Violência, publicação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o NEV-USP, mostrou que os crimes contra a vida caíram 3,4% no país no primeiro semestre deste ano. Ou seja, embora o país tenha tido êxito na redução da violência letal no período, os assassinatos de mulheres apresentaram crescimento”, aponta o relatório.

Para Isabela Sobral, supervisora do núcleo de dados do FBSP, a Lei Maria da Penha é um mecanismo importante para prevenir o assassinato de mulheres. “A lei coloca o instrumento da medida protetiva de urgência, que é fundamental para prevenir a violência contra a mulher e o feminicídio. É importante que essa ferramenta seja de fato utilizada. Em diversos estados, existem estudos que mostram que as mulheres que são vítimas de feminicídio, em sua maioria, não possuíam medida protetiva de urgência contra o seu agressor”, disse. 

Isabela Sobral ressalta ainda a necessidade de que os policiais estejam capacitados para investigar e identificar casos de feminicídio entre os homicídios adequadamente, já que há diferença considerável na classificação do crime entre os estados. 

“A respeito dos feminicídios, essa classificação depende de uma interpretação da autoridade policial, já que estamos falando de registros policiais nesse levantamento. Quem faz essa classificação é o delegado nesse primeiro momento e, após a investigação. Tem estados que têm percentuais acima de 70% de feminicídios registrados em relação ao total de homicídios de mulheres e outros estados um percentual de apenas 20%”, apontou.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »