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26/10/2023 às 18h20min - Atualizada em 26/10/2023 às 18h30min

PF investiga grupo que recrutava maranhenses como ‘mulas’ para o tráfico internacional de drogas

Após serem aliciados, maranhenses ingeriam a droga ou a escondia na bagagem, tendo como principal destino a Europa

Da Assessoria
Imprensa/PRF-MA
Na tarde de ontem, o delegado Felipe Coimbra, chefe da investigação, falou sobre o caso em entrevista coletiva, no auditório da sede da Delegacia de Polícia Federal, em Imperatriz - Foto: Dema de Oliveira/O PROGRESSO
 
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (26) a Operação Narco-Diáspora, visando combater a atuação ilícita orquestrada por um grupo criminoso especializado em aliciar e enviar indivíduos brasileiros para o continente europeu na condição de “mulas” (indivíduos que, conscientemente ou não, transportam entorpecentes em seus corpos ou em bagagens, geralmente para outros países).

Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas residências dos alvos e em empresas investigadas, além do sequestro/indisponibilidade de valores existentes em contas bancárias e/ou aplicações financeiras, de veículos que se encontrem em nome dos investigados, bem como de imóveis registrados em seus nomes. Durante a operação, um dos investigados também foi preso. A ação se desenvolveu nos municípios de Açailândia/MA, Imperatriz/MA, Bataguassu/MS, São João Evangelista/MG, Mogi-Guaçu/SP e São Paulo/SP.

Também foram cumpridas medidas cautelares alternativas à prisão em face dos investigados, como suspensão do exercício da atividade comercial em dois estabelecimentos (entre eles um hotel) e proibição de se ausentar do país para alguns investigados. As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Imperatriz/MA.

Durante a investigação, constatou-se que a captação de “mulas” era normalmente realizada no interior do Maranhão, entre pessoas em condições financeiras vulneráveis, convencendo-as a participar da empreitada criminosa. Estas eram normalmente levadas para São Paulo/SP, ficando hospedadas em um hotel, local onde elas ingeriam a cocaína ou as guardavam em bagagens e recebiam as orientações sobre o processo de imigração na Europa. Os principais países de destino eram França, Espanha, Portugal e Turquia.

Estima-se que mais de 10 indivíduos, aliciados pelo mesmo grupo, foram presos como “mulas”, principalmente entre os anos de 2021 e 2022.

A operação também envolveu medidas de cooperação policial/jurídica internacional com agências dos países para onde a droga era enviada, contando ainda com o auxílio das Adidâncias da Polícia Federal nesses respectivos países.

A partir dos elementos de informação colhidos, foi possível à Polícia Federal representar à Justiça Federal pela expedição das medidas judiciais que foram cumpridas na data de hoje. 

Participaram da operação aproximadamente 60 policiais federais, incluindo grupos táticos.   Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas (com pena de 5 a 15 anos de reclusão) e de associação criminosa especial (com pena de reclusão de 3 a 10 anos). Além disso, em razão da transnacionalidade dos delitos, as penas dos citados crimes poderão ser majoradas em até 2/3.

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