25/10/2023 às 18h07min - Atualizada em 25/10/2023 às 18h15min
Em 12 anos, 340 pessoas já foram sepultadas como indigentes no Cemitério do Bom Jesus
Uma pessoa sepultada como indigente é aquela que o corpo não foi identificado por falta da família
Dema de Oliveira
Cemitério Bom Jesus recebeu corpos de 340 pessoas sepultadas como indigentes - Foto: Dema de Oliveira/O PROGRESSO
No dia 2 de novembro de cada ano, é celebrado o Dia de Finados, ocasião que as pessoas vão até aos cemitérios reverenciar os seus mortos.
Em toda cultura ou civilização houve uma atenção especial dirigida aos mortos, quer essa atenção (ou esse “cuidado”) esteja relacionada a alguma religião, quer não. Observam-se ao longo da história diversos ritos de sepultamentos, como a cremação, a mumificação, o enterro em covas e em urnas de cerâmica ou de pedra, bem como a deposição do corpo dos mortos em mausoléus.
Mas tem uma categoria que é chamada de indigente, que não aparece ninguém para reverenciá-los no dia 2 de novembro, porque foram sepultados como pessoas que morreram por um problema qualquer, levadas para o Instituto Médico Legal (IML), e como não apareceu ninguém para reclamar, foram sepultadas como indigentes, sem um nome ou sobrenome, sem o reconhecimento de familiares. Mas existem indigentes, cujo morto foi identificado, mas não reclamado pela família, por um motivo qualquer.
Segundo o que determina a lei, corpos de indigentes têm de permanecer no Instituto Médico Legal (IML), até 30 dias, após a entrada no Instituto. Após esse prazo, é feita uma solicitação à justiça, para o sepultamento. No caso da Comarca de Imperatriz, essa solicitação é feita à 4ª Vara Cível, que tem como titular o juiz André Ewerton.
Em Imperatriz, o Cemitério Bom Jesus, localizado no bairro do mesmo nome, é o que mais recebeu corpos de indigentes. Em 12 anos, o Bom Jesus já tem 340 pessoas sepultadas como indigentes.
O Coordenador de Cemitérios Públicos de Imperatriz, Valdeci Marques de Lima, o popular “Fogoió”, informou a O PROGRESSO que no cemitério Bom Jesus tem um setor onde todas as pessoas foram sepultadas como indigentes e ainda tem vagas.
Em Imperatriz, existem nove cemitérios, alguns já com praticamente suas lotações esgotadas. A demanda é grande, porque segundo ‘Fogoió’, cerca de 1.400 pessoas são sepultadas anualmente na cidade. “Tem dia que cinco enterros são realizados em um único cemitério da cidade, só em uma tarde”, pontuou ‘Fogoió’.
Cemitério Bom Jesus recebeu corpos de 340 pessoas sepultadas como indigentes - Foto: Dema de Oliveira/O PROGRESSO 
