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18/08/2023 às 23h35min - Atualizada em 18/08/2023 às 23h45min

Em torno das crianças-prodígio

Maria Helena Ventura
    
Por esses dias, deparei-me com uma reportagem televisiva sobre crianças-prodígio. Inicialmente, falava de um menino de 3 anos, do Paraná, chamado Pedro Lenharo. Sabia os hinos de todos os países e conhecia as bandeiras dos mesmos, respondendo às perguntas, sem titubear. Outro, chamado Theo - que se apresentou no Domingo Show –, com apenas 6 anos, nomeou toda a Tabela Periódica. George Dantzig – EUA, que apenas com 4 anos de idade resolvia os mais complicados problemas de geometria. Outro digno de nota refere-se a Rafael, autista, poliglota que aos 7 anos fala fluentemente 9 idiomas, inclusive em libras, e como se não bastasse ouve uma música e a toca no piano, sem partitura, inclusive brindando o público com a 9º sinfonia de Beethoven. Kim Ung-Yong um sul-coreano, que entrou para a faculdade aos 4 anos lendo textos em três línguas diferentes. Aos 8 anos de idade foi convidado pela Nasa para completar seus estudos.

Até onde eu li, não existem respostas conclusivas que justifique o fato de algumas crianças nascerem superdotadas. As teses Psicogenéticas e Biológicas desenvolvidas por Piaget se aplicaria mais a casos excepcionais. Piaget traz-nos um método de investigação científica, mas também entremeado de composições filosóficas. Teria de aprofundar mais a relação do indivíduo ao seu meio, dando-nos explicações mais sólidas e mais profundas. A ciência ainda tem dificuldade de explicar esta ocorrência por se tratar de um fenômeno complexo.

A tese da Reencarnação é bem aceita como explicação mais lógica. Ela versa sobre o retorno do Espírito a um novo corpo físico. Para quê? Para que o Espírito continue progredindo em outros níveis espirituais, rumo à perfeição infinita. Por que Deus criou essa Lei? Para agir com Justiça (dando as mesmas oportunidades a todos) e com Misericórdia (abolindo a ideia de sofrimento em um inferno eterno). Quantas vezes teremos de reencarnar? Quantas vezes forem necessárias, porque numa só vida não conseguimos alcançar a perfeição. “Sede perfeitos”, disse Jesus.

Se Deus criasse os Espíritos para encarnar uma única vez, porque uns haveriam de nascer com tantas deficiências físicas e/ou morais e outros, com tantas virtudes?

A ideia reencarnacionista está presente nas religiões do Egito Antigo – em épocas que passam os 5 mil anos –, do Hinduísmo, do Budismo, do Jainismo, Taoismo, do Culto de Tradição aos Orixás, das religiões indígenas, do Vodu, da Cabala judaica, do Rosacrucionismo, do Espiritismo, da Teosofia, da filosofia socrática-platônica e diversas escolas espiritualistas.

Não esquecermos de que no Decálogo recebido por Moises no Monte Sinai, o primeiro mandamento conforme texto original assim está escrito: “Eu sou o Senhor teu Deus… que puno a iniquidade dos pais nos filhos na 3ª e 4ª geração”. Por que não na 1ª e 2ª geração e sim, na 3ª e 4ª? Porque é quando o Espírito retorna para trabalhar o seu aperfeiçoamento.

Por que algumas religiões cristãs não aceitam a reencarnação?

– Até a metade do século VI, a reencarnação fazia parte do Cristianismo. No ano 553 depois do Segundo Concílio de Constantinopla, atual Istambul, Turquia, ficou eliminada a crença na reencarnação, sendo substituída pela ressurreição.

O imperador Justiniano (527- 565) ordenou ao Papa da época, Virgílio, – atendendo ao pedido de sua esposa, a imperatriz Teodora, ex-meretriz que não aceitava retornar em nova reencarnação sem os seus títulos de nobreza – que fossem declarados anátemas os que persistissem com os ensinamentos das vidas sucessivas.     

Psiquiatras e psicólogos vêm realizando pesquisas científicas com as experiências de memória extra cerebral e com as recordações espontâneas de outras vidas, nas crianças, lembranças antes do nascimento, incluindo marcas de nascença. Tem sido muito usado também nessas pesquisas, as hipnoses regressivas a partir de 1966, chegando até ao reconhecimento de impressões digitais. Essas são algumas das tantas provas que hoje confirmam a possibilidade da reencarnação.

Muitos livros têm sido publicados sobre o assunto, entre os quais os do Dr. Ian Stevenson, psiquiatra canadense. Dr. Hemendra Nath Banerjee. Professor da Universidade de Jaipur, Índia, autor de “Vida pretérita e futura” com 1100 casos de reencarnação em todo o mundo. Dr. Hernani Guimarães Andrade, especialização em Engenharia Genética, autor de “Reencarnação no Brasil”. Dr. Brian Weiss, Universidade de Yale, autor de “Muitas Vidas, Muitos Mestres”.

Hoje são centenas de pesquisadores compartilhando seus trabalhos em revistas de divulgação científica.

“Toda verdade passa por três estágios. No primeiro, ela é ridicularizada. No segundo, é rejeitada com violência. No terceiro, é aceita universalmente como evidente por si própria.” – Arthur Schopenhauer
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Maria Helena Ventura é membro da AIL – Academia Imperatrizense de Letras.
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