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11/08/2023 às 22h57min - Atualizada em 11/08/2023 às 23h15min

FILHO PRECISA DE PAI

Maria Helena Ventura
   
É do conhecimento de todos, que os pais devem atender às necessidades dos filhos no que compete à alimentação, vestuário, brinquedos e lazer. A sua responsabilidade, portanto, abrange o desenvolvimento físico, social, intelectual, moral e afetivo dos seus rebentos. Esse desenvolvimento se dará através dos recursos da Educação. Desse modo, a educação em geral, torna-se a principal missão de um pai.  

A missão educativa nos dias de hoje, apresenta-se bastante complicada por causa dos convites e... estímulos que despertam os nossos filhos – cada vez mais cedo – para as ilusões humanas.

Desde a década de 70 está havendo nos lares, uma inversão de papéis. Os pais passaram a obedecer aos filhos, dando-lhes excessiva liberdade, o que criou uma situação perigosa, prejudicando o trabalho educativo. É ideia comum que os pais devem usar de autoridade – jamais de autoritarismo – para com os filhos, principalmente exercendo-a através do exemplo.

Quantos pais são infelizes com seus filhos porque não lhes combateram as suas más tendências? Ao usar o diálogo, haverá o momento de dizer sim, às vezes, não. Proibir quando necessário, impor regras e criar limites. Nunca, porém, resolver conflitos com o uso da violência.

Lamentavelmente, a maior preocupação dos pais tem sido, quase que exclusivamente, com a instrução. Mas não se deve perder de vista que a instrução é um dos aspectos da Educação.

As escolas instruem, as religiões orientam, mas só a família pode educar. É nela que se recebe as bases do sentimento e do caráter. Por isso, os pais devem ser os educadores por excelência.

Um pai, que é pai, renuncia a um lazer para acompanhar o filho em um compromisso escolar; dialoga com seus filhos, cooperando no esclarecimento de seus equívocos; sorri com eles, corre com eles, ouve as histórias simples do dia a dia, contadas por eles.

A ingratidão revolta sempre os corações honestos, mas a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso. Multiplicam-se, no mundo, os casos em que são necessárias as mais penosas separações. Mas isso não deve diminuir o respeito nem a solicitude do filho para com o pai.

O dever de honrar pai e mãe se estende, naturalmente, às pessoas que fazem, às vezes, o papel de pai e mãe e que, tem tanto mais mérito quanto menos obrigatório é o seu devotamento. Esse conceito nos remete à figura de José, para muitos, o pai “adotivo” de Jesus. Para falar um pouco dele, valemo-nos de textos do Evangelho de Jesus, do Proto Evangelho de Tiago (escrito em grego e sem conclusão), de evangelhos apócrifos e do próprio Alcorão.  

O encontro de José com Maria

Os pais de Maria, Joaquim e Ana permaneceram muitos anos sem ter filhos. Por esse motivo, Joaquim teve a sua oferta recusada no Templo. Já idosos, nasce Maria que, aos 3 anos de idade, foi entregue aos sacerdotes para ser consagrada aos serviços do Senhor. Aos 15 anos, já órfã, os sacerdotes, como era da Lei, escolheram José para esposá-la. Os pesquisadores afirmam que José era descendente da tribo de Judá (um dos 12 filhos de Jacó), como Jesus também o era por ter Maria, sua mãe, a mesma descendência. José vivia na cidade de Nazaré, na Galileia, exercia a profissão de carpinteiro e era tido como um homem justo. Era viúvo e tinha alguns filhos. Aos 45 anos recebeu Maria como noiva.

Rezam as escrituras sagradas que Maria engravidou sendo virgem, por circunstâncias somente explicadas por justificativas espirituais. José, entretanto, não a abandonou porque recebera a explicação do fenômeno, em sonhos, dada por um anjo.

Independentemente de ser o pai biológico ou não, de Jesus, José assume o papel de Pai com um zelo extraordinário. Conduz Maria para o senso em Belém, gestante de nove meses, a fim de não a deixar sozinha; abre mão de seu trabalho, para conduzir o recém-nascido rumo ao Egito fugindo da perseguição de Herodes; regressa cuidadosamente quando não havia mais perigo para Jesus Menino. Ensina-lhe, pacientemente, o seu ofício de carpinteiro, mostrando-lhe o valor do trabalho. Retorna a Jerusalém procurando Jesus, e o encontra na Sinagoga palestrando, aos 12 anos, com os Doutores da Lei. Tudo indica que José morre antes da festa de núpcias em Caná.

Como cuidador e pai de Jesus, José exerceu brilhantemente o seu papel.

 

Curiosidade

A título de curiosidade, mencionamos aqui a existência de Tiago, um dos filhos de José.

Uma coisa é certa: não devemos perder tempo questionando se Maria teve outros filhos. Ou se o corpo de Jesus era fluídico. Com certeza jamais chegaríamos ao final dessa discussão. Além disso, o que deve ser foco de nossa apreciação é o corpo doutrinário de Jesus, o qual, além de irmão, se fez também nosso pai.
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Maria Helena Ventura é membro da AIL – Academia Imperatrizense de Letras.
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