08/08/2023 às 17h44min - Atualizada em 08/08/2023 às 18h00min
Gaeco faz operação contra quadrilha acusada de desviar R$ 304 milhões
Grupo de atuação especial cumpriu 20 mandados de busca e apreensão e de sequestro de bens nas cidades de Caxias, Peritoró e Miranda do Norte
Dema de Oliveira
Pelas investigações, houve desvios de mais de 304 milhões dos cofres públicos - Fotos: Divulgação/MPMA
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão realizou operação na manhã desta terça-feira (8) para desarticular quadrilha investigada por desvios de R$ 304.509.097,92 dos cofres públicos.
O bloco atuou em apoio à 4ª Promotoria Regional de Defesa da Ordem Tributária e Econômica, situada em Timon. A operação recebeu o nome de Hades.
A quadrilha desarticulada era investigada por praticar os crimes de fraude fiscal e “lavagem” de capitais. Houve cumprimento de mandados em pelo menos três municípios maranhenses: Caxias, Peritoró e Miranda do Norte.
Foram 20 mandados de busca e apreensão e de sequestro e arresto de bens nas cidades maranhenses.
A operação é realizada em parceria com a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) e a Agência Nacional de Petróleo (ANP), com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que empregou agentes de vários estados, viaturas e helicóptero.
Participam das ações no estado 17 promotores de justiça e dois delegados de polícia.
Simultaneamente, foi também deflagrada a operação nas cidades de Teresina (PI), Campinas (SP) e Rio de Janeiro (RJ), por meio dos Gaecos dos respectivos estados.
O Gaeco não divulgou a identificação dos membros da quadrilha que são investigados pelos desvios.
De acordo com a PRF, que atuou na operação, até o momento foram apreendidos mais de R$ 200 mil em espécie, carros de luxo, celulares e computadores.
A PRF também informou que o esquema era operado da seguinte forma: empresários - sobretudo do município de Caxias, compravam álcool de refinarias de vários estados como se fossem para indústrias. Essa prática os beneficiavam porque o tributo é menor.
Depois disso, os mesmos empresários distribuíam o álcool para postos de combustíveis com as nomeclaturas modificadas.
Somente no Maranhão as investigações apontaram uma movimentação da quadrilha de mais de 90 milhões de litros de álcool pelo esquema.