04/08/2023 às 23h11min - Atualizada em 04/08/2023 às 23h15min
SUPERSTIÇÕES
Maria Helena Ventura
Chegamos ao mês de agosto! (mês do desgosto – dizia minha avó. E completava: mês em que Getúlio Vargas e Carmem Miranda morreram). Mas não é bem assim. São apenas superstições, como tantas outras, que ocupam o imaginário de quase todos os povos, em que pese o seguinte: por mais absurdo que seja uma ideia supersticiosa, quase sempre ela repousa sobre um FATO REAL, mas que a ignorância tem desnaturado ou falsamente interpretado.
O que deve ser combatido não são os fatos, portanto, mas a falsa interpretação que lhes pode dar a ignorância. Tanto é que o progresso das ciências positivas fez, pouco a pouco, com que algumas superstições desaparecessem.
Vejamos algumas crendices que estão desafiando o tempo:
1. Se derrubar um pouco de sal grosso, vai aparecer problema.
Nunca diga a uma pessoa: “Passe o sal”. Pois, quem o passar perde a sua amizade com ela.
500 a.C já se usava colocar uma pitada de sal no ombro esquerdo antes de se sair à rua.
2. Uma peste terrível aconteceu na Itália no século VI no tempo do Papa Gregório. Na época houve a transmissão de muitas pestes através do espirro. Por isso, todas as vezes que uma pessoa espirra, deve se dizer: “Deus lhe abençoe”.
3. Caçar na Quaresma dá azar.
4. Pular sobre uma pessoa, a mesma nunca mais crescerá.
5. Faz mal andar de costas.
6. Comer manga com leite, a morte é certa.
7. Cruzar com um gato preto na rua traz má sorte. Mas, se passar o rabo de um gato preto na orelha, cura a dor de ouvido.
O rei Charles I da Inglaterra, no século XVII, criava um gato preto de estimação, muito amado. Quando o gato morreu, o rei foi preso como traidor e assassinado. Por isso, “Criar um gato preto é perigoso”.
8. Uma visita deve sair pela mesma porta que entrou, senão leva os pecados da casa.
9. Caindo uma faca no chão é sinal de que um homem está para chegar; se for um garfo é uma mulher.
10. Para que uma visita não se demore, coloca-se uma vassoura atrás da porta. Se pelo contrário, quiser que ela volte não deixá-la abrir a porta para sair.
11. Assoviar, atrai cobras.
12. Apontar o dedo para as estrelas cria verruga na ponta do dedo.
13. Coçando-se ou ficando vermelha a orelha esquerda, alguém está falando mal de você. Se for a direita, está falando o bem.
14. Palma da mão coçando é sinal de dinheiro chegando.
15. Quem não quiser casar é só pedir que alguém varra seu pé.
16. Deixar o chinelo com a sola virada para cima, morre a mãe.
17. Passar embaixo de escada dá azar. Na Inglaterra, por volta do ano de 1600, os sentenciados antes de se dirigirem para a forca tinham de passar embaixo de uma escada. Assim, “os seus erros ficam na passagem”.
18. Toda sexta-feira -13, é considerado como o Dia do Azar.
19. Arruda e espada de São Jorge são plantas que afastam o mau-olhado.
20. Quando vires uma estrela cadente faça um pedido que ele vai se realizar.
21. Na época dos faraós eles usavam uns guarda-chuvas imensos que guardavam no palácio. Quando abriam um deles, sempre acontecia uma “desgraça”. Não abra um guarda-chuva dentro de casa.
22. Se um espelho em casa, se quebra “do nada”, é prenúncio de 7 dias de azar ou infelicidade na família.
23. No antigo Egito corujas simbolizavam prosperidade e sabedoria. Em alguns países da Europa são vistas como benignas e em outros países, como de mau agouro.
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Peçamos a Deus podermos chegar a um tempo em que as superstições sejam olhadas como lendas (sem nos causar medo ou temor). Que cheguemos também a um tempo em que os homens não se ausentarão do lar em combate aos próprios irmãos, por exigências de conquista ou pelo ódio de raça. Um tempo em que o livro edificante terá sido absorvido no espírito do povo.
Como ponto de partida que Ele nos auxilie, desde agora, a combater a iniquidade e a ignorância dentro de nós mesmos, a fim de que a fé e a esperança possam, desde já, saudar essa era distante.
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Maria Helena Ventura é membro da AIL – Academia Imperatrizense de Letras.