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02/08/2023 às 17h46min - Atualizada em 02/08/2023 às 18h00min

O DIA DO PEDIATRA!

Itamar Dias Fernandes
Foto: Divulgação
 
Não me canso, até o presente momento de minha vida, de agradecer ao Verdadeiro Deus e a minha mãezinha do Céu – Virgem Maria, os quais, certamente, nunca se cansaram de ouvir o clamor de um ser humano desde a sua primeira infância até a juventude, pedindo-lhes que o transformassem num médico em Medicina Humana. Na cabecinha daquele menino, nascido no interior do Sul do Maranhão, aquele lindo sonho não seria possível realizá-lo sem os acordes da Divina Providência. Visto que, a maioria dos adolescentes e jovens, naquela época, conseguiam cursar sequer o ginásio. Tão difícil era estudar. Imaginem, cursar Medicina! 

Felizmente, o sonho idealizado por aquele menino veio a se realizar, antes de completar os seus 30 anos de idade, ou seja, antes que o seu lobo frontal, portanto, o lobo das emoções, completasse a sua maturidade. 

Foi, inegavelmente, um dia muito feliz, para si, seus familiares de sangue e concomitantemente, aos muitos familiares afetivos que foram surgindo ao longo do caminho e se transformando em seus verdadeiros parentes. 

Medicina, para aquele menino, adolescente, jovem, adulto, hoje, idoso, sempre teve um aspecto próximo da arte do sublime amor, o exercício da Medicina. E, o exercício da Pediatria, principalmente, é algo Divinal. No decorrer de sua trajetória acadêmica, ao se deparar com os ensinamentos pediátricos, não hesitou quanto a escolha da Pediatria para sua vida profissional. 

Não tenho dúvida, que o menino feito estudante de Medicina Humana, encontrara-se com as muitas crianças, que naturalmente, vira morrer de desnutrição infantil, diarreia, pneumonia, coqueluche, sarampo, caxumba, verminose, malária, maus tratos, e, 

consequentemente, tantas outras doenças responsáveis pela morte de incontáveis crianças, o sensibilizara profundamente. Lembra-se, inclusive, de haver presenciado a morte de duas irmãs de aproximadamente 2 anos de vida, por gastroenterite aguda. 

Um dia, no estágio de Neonatologia na Santa Casa de Misericórdia de Belém-PA, ao presenciar o nascimento de um feto morto (natimorto), não conteve suas lágrimas, ao lembrar de um natimorto de sua mãe, em fase de maceração e odor fétido, sem qualquer recurso médico. Nos diferentes brasis do nosso País, isso ainda acontece. 

Interessante, a Pediatria vem há muito tempo sendo uma especialidade pouco cobiçada. Exatamente, por se tratar de uma especialidade pouco lucrativa. Considerando-se, portanto, que a maioria dos cirurgiões enriquecem rápido, a pressão sobre o menino para ser cirurgião foi grande. No entanto, ele preferiu ser um discípulo de Dr. Helbert Leitão, Manoel Coimbra, Amélia Cavalheiro de Macedo, professores da UFPA, seguidos posteriormente, por dr. Jayme Murahovschi, dr. José Martins Filho, dra. Myrtes Amorelly, Dra. Marília Makaroun, dr. Tadeu Fernandes, além de outros samaritanos da Pediatria. 

Hoje (27 de julho), é o Dia do Pediatra. Fico muito feliz, quando vejo a minha colega e amiga Joselita, que consegue roubar a cena neste grupo, ao saudar a todos nós pediatras de Imperatriz e região. Um gesto, por demais elogiável, considerando-se que, a exemplo do que é feito, em relação as outras especialidades, em nosso dia, exceto o breve comentário de dra. Illis, quaisquer outros foram realizados, parabenizando a família pediátrica de Imperatriz. Pergunto: onde estão nossas entidades representativas da Medicina Local? 

Antes de escrever este texto, fora desaconselhado por Joselita, de não me alongar tanto. Entendo, perfeitamente, o motivo de sua preocupação. Todavia, a alteridade é um fenômeno que vem de Deus, ou seja, somos, indiscutivelmente, indivíduos. Devo dizer a todos e a todas que fazem parte da família pediátrica de Imperatriz e Região, ser muito feliz por ser um médico que atua em Pediatria há 45 anos. Tenho um profundo orgulho de continuar sedento de conhecimentos sobre a saudade física e emocional de nossas crianças. Outra particularidade, que muito me encanta: é evidenciar o nível de empatia que há entre nós pediatras. Dificilmente, encontro um pediatra com azedume na alma. Somos um grupo, quase coeso, na maioria das vezes. 
Meus parabéns a todos os colegas da Pediatra de nossa querida Imperatriz! I
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tamar dias Fernandes – Médico pediatra – SBP, UFPA, CRM, AMB 

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