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21/07/2023 às 17h58min - Atualizada em 21/07/2023 às 17h58min

Imperatriz e seu patrimônio cultural

O segundo texto da série Imperatriz Memórias, uma iniciativa do Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz (IHGI), explica sobre os bens culturais da cidade, detalha alguns deles e traz iniciativas em curso para a preservação desse importante acervo.

Jessé G. Cutrim
Rio Tocantins: proteção da paisagem ribeirinha é uma das ações para preservar a cultura local - Fotos: Jessé G. Cutrim
   
O patrimônio cultural refere-se aos bens culturais (materiais e imateriais) que nos identificam como um grupo social específico, nos dando uma certa identidade. Esses bens culturais são provenientes das ações humanas e carregam em si traços característicos de uma população. Descreve-se nesse texto alguns bens culturais (materiais e imateriais) que constituem o chamado “passado” no “presente” da rica história de Imperatriz. E vislumbramos as perspectivas arqueológicas em curso que darão um salto de grandeza ao patrimônio cultural da cidade e de seus habitantes.

 
Numa escala decrescente cronologicamente o patrimônio cultural de Imperatriz por seus bens materiais encontra-se nos artefatos líticos e cerâmicos dos primeiros habitantes, na região provenientes de sítios arqueológicos salvaguardados no Museu – Centro de Arqueologia e História Timbiras e no conjunto de artefatos “garimpados” ao longo de várias décadas, pelo geógrafo Luís Pereira Santiago, em suas expedições oficiais e não oficiais no período de sua atuação no Exército brasileiro. O Cais do Porto e Vila dos pescadores (o Cais do Porto por ser importante ponto de carga e descarga de mercadorias, sobretudo, até 1953, quando a via fluvial pelo Rio Tocantins era praticamente a única e a vila de pescadores por abrigar uma importante atividade pioneira às margens do Rio Tocantins). A mata do quartel do 50º BIS (vegetação nativa onde se pode ter uma ideia de como era configurada a vegetação nos primórdios da cidade). A praça da Meteorologia (na época da chegada em 1852, Frei Manoel Procópio fundou a Missão – Povoação de Santa Teresa, nela foi construída a primeira capela de Santa Teresa D’Ávila). A rua XV de Novembro (primeira rua de Imperatriz). Igreja de Santa Teresa D’Ávila (onde é guardada a imagem de Santa Teresa D’Ávila, padroeira da cidade). Prédio onde há pouco tempo funcionou a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas), e que outrora funcionou como primeira Câmara e Cadeia). Prédio da Academia Imperatrizense de Letras (nos anos 1960 abrigou a sede do poder executivo municipal). Prédio do Restaurante Ritz (onde funcionou uma das primeiras salas de cinema da cidade). Imóvel que abrigou a família Ribeiro, localizada na Rua Urbanos Santos/Praça da Cultura (A fachada e seu interior guardam marcas da história de Imperatriz). A Praça da Cultura (local de comemorações culturais diversas, como as apresentações das bandinhas de música). A Avenida Beira-Rio (Maior espaço de contemplação para o Rio Tocantins, e a proteção da paisagem ribeirinha). Os bens culturais de natureza imaterial ocorrem pela culinária, onde se destaca a nossa tradicional panelada, as diversas receitas de cuscuz e tapiocas, as letras e músicas regionais, pelas benzedeiras e rezadeiras e grupos de festejo do Divino Espírito Santo, cavalgadas e diversos modos de saber fazer.
 
Pelo olhar da Arqueologia (ciência que investiga e descobre objetos culturais deixados por grupos humanos do passado pretérito), a ocupação do espaço geográfico que corresponde ao Município de Imperatriz pode se aproximar de cerca de 8320 anos Antes do Presente. Período em que houve uma expansão das populações caçadores-coletoras pelo centro-sul-maranhense, nos rios Paranaíba e Tocantins. Como bem podem se comprovar pelos artefatos cerâmicos (objetos produzidos através da queima da argila ou barro) e líticos (artefatos confeccionados em pedra por lascamento ou por polimento) em exposição no Museu – Centro de Pesquisa em Arqueologia e História Timbiras. Esses artefatos cerâmicos e líticos são provenientes de sítios arqueológicos na área de Imperatriz. E pelos inúmeros artefatos cerâmicos e líticos e de outras denominações, perfazendo um arsenal de valor arqueológico inigualável, recolhidos por várias décadas pelo geógrafo e pesquisador Luís Pereira Santiago. Esse “tesouro” arqueológico é também proveniente de sítios arqueológicos na região de Imperatriz, num trabalho minucioso e audaz. Para abrigar essas preciosidades, ele teve que adaptar sua residência à condição de um autêntico museu arqueológico.
 
SOBRE O AUTOR 
Jessé G. Cutrim é vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz. É professor e pesquisador da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul).

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