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07/07/2023 às 18h42min - Atualizada em 07/07/2023 às 18h42min

Só acaba quando termina

Dedicada ao advogado Agostinho Noleto

ElsonMAraújo
O assunto não é novo, por aqui.  Já escrevi sobre o tema, e não faz muito tempo. Mais precisamente em setembro do ano passado. https://oprogressonet.com/noticia/23537/e-preciso-ter-um-sentido Falo sobre o sentido da vida. Algo profundo, filosófico, mas que volto ao tema a partir de uma provocação em uma roda de conversa entre três amigos: eu, o veterano advogado e confrade da Academia Imperatrizense de Letras (AIL) Agostinho Noleto, e o radialista e também advogado Waci Freitas.

Na oportunidade, o acadêmico, baseado numa homilia que havia escutado dias antes numa telemissa, discorria sobre a  subjetividade do sentido da vida  a partir da  compreensão que ninguém, ou qualquer causa externa,  pode dar sentido à vida, porque esse sentido nasce do próprio eu. Dizia ele que, o que preenche o sentido da vida para uma pessoa, pode não despertar o mesmo sentido na outra, portanto, cada um tem que buscar e viver o seu.

Agostinho Noleto, no auge da juventude dos 80 anos, 55 dos quais vividos em Imperatriz, passa por um momento que ele classifica de ressignificação da vida. O encerramento de um ciclo, e o reinicio de outro. Cheio de sonhos e projetos, Noleto de longe parece ter a idade que tem, mas chegou àquele momento da vida ao qual, com as melhores das intenções, os filhos e os parentes mais próximos, parecem dizer mais ou menos o seguinte: Já está bom! Venha para cá. Sossegue, que vamos cuidar do senhor!  Quem disse que ele quer obedecer a esse comando?

O confrade da Academia Imperatrizense de Letras, chegou muito bem aos 80 anos de idade. Tenho ido muito à casa dele ultimamente. Sou naturalmente curioso e já vasculhei, com os olhos, diversos cantos da casa e não vi nenhum remédio pra dor de cabeça, pressão alta, diabetes etc.  Não ouvi dele nenhuma queixa de dor nas articulações, ou coisa parecida. É Saúde para dar e vender!  Enquanto muitos, nessa fase, estão doentes perdendo, ou sem nenhum sentido na vida, Noleto segue firme, como uma rocha. Desconfio que o segredo estaria na aura de positividade da nossa AIL. Sim, porque há outros confrades que há muito entraram nos enta, e estão ali, tal qual Noleto, cada dia mais jovens, produtivos e a cultivarem sonhos e poesia.

Destaco hoje Agostinho Noleto por um motivo: para uma melhor adequação familiar, e ele é muito família, está relativamente de mudança para Brasília. Lá, estão seus netos e os filhos Juliana, Mauro, Rodrigo e Dario; todos profissionais gabaritados e bem sucedidos e que sentem a necessidade de uma maior presença dele e da dona Socorro, por perto.

O relativamente de mudança é passivo de explicação. É que o desejo de Noleto, de agora em diante, mesmo domiciliado na capital federal, é o de ficar entre Brasília, Imperatriz e Carolina, seu torrão natal, e tocar seus novos projetos, aqueles que ele julga que darão um novo sentido para a vida.

No meio dessa radical mudança, o amor e os laços afetivos do escritor (romancista) com Imperatriz e suas coisas, onde aportou 55 anos atrás, ainda um jovem advogado formado no Rio de janeiro. Laços que cantam alto.  Não é forçado dizer que nesse período a trajetória de Agostinho Noleto se confunde com a história da Imperatriz; seja como advogado, político, secretário municipal, secretário de Estado, fundador de academia, e esta semana descobri que ele foi o primeiro presidente do Juçara Clube, e um dos fundadores da APAE.

A vida para ter importância, parece até clichê, para ser bem vivida, precisa ter um sentido, ou numa linguagem popular, ter graça.  Sem isso, ouso dizer que não vale a pena viver. Confesso que aos meus 55 anos procuro todos os dias dar sentido a minha vida. Tem dia que a gente fica desanimado, e isso faz parte do ser humano, mas quando nos deparamos com modelos como Agostinho Noleto, e os confrades da AIL, as energias são recarregadas e gente segue tocando em frente, contente e satisfeito.

Na quinta-feira à tarde voltamos a nos reencontrar: eu, Waci e Agostinho Noleto na reunião ordinária da academia de letras. Na oportunidade, o advogado ao saudar os acadêmicos, ressaltou a visita que fizera ao acadêmico e que as palavras dele sobre o sentido, e o ressignificar da vida, não lhe saiam da cabeça. Do lado dele, anui, “da minha também não”.

Hoje, é o aniversário de 200 anos de Carolina. Uma comissão da Academia Imperatrizense de Letras (AIL) participa das festividades com um recital sobe os 200 anos do poeta maranhense Gonçalves Dias. Sabe quem já está lá na terrinha, desde a semana passada, ajudando organizar tudo? Ele mesmo, o Tio Tinho, como o poeta Francisco Itaércio costuma saudar Agostinho Noleto.
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