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31/05/2023 às 17h14min - Atualizada em 31/05/2023 às 17h14min

Vai um presuntinho aí?

Ludmila Pereira
  
Nas últimas semanas, surgiram vários assuntos de grande relevância, bastante oportunos e que eu vim abordando nessa coluna, mas que acabaram me impedindo de tratar de outro também importante: as novas regras de qualidade e apresentação de presunto, estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA. 

As novas medidas foram aprovadas em abril, publicadas em portaria e tem por objetivo, de acordo com o MAPA, ampliar questões como segurança e qualidade ao presunto, bem como conferir uma identidade aos produtos comercializados, reforçando uma padronização, o que de fato, traz ainda mais transparência ao consumidor. 

O produto passa a ser classificado em quatro tipos e com as respectivas características: o presunto cozido, que pode ter carne moída, mas não pode ter pele; o presunto cozido superior que não pode ter carne moída, mas pode ter pele; o presunto cozido tenro que deve ser obrigatoriamente defumado; e o presunto de ave que deve ser obtido apenas de carnes do membro posterior (as pernas), desossadas, moídas ou não.

 

Mas o que muda na prática? 

De maneira bem simples para que você entenda: o produto passará a ter maior quantidade de carne em sua composição, ou seja, mais proteína (pelo menos 16%), além de menos água (no máximo 5%), melhorando assim a qualidade do alimento. 

A nova portaria exige ainda que todas essas informações sejam descritas no rótulo, o que, sem dúvida alguma, diminuem as chances de fraude e dá ainda mais transparência para o consumidor sobre o produto que ele está adquirindo. 

Os estabelecimentos registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária terão o prazo de um ano para se adequarem às mudanças. 

 

Sei que você deve estar se perguntando: então, agora
o presunto se tornará um alimento mais saudável? 

E eu respondo a você: não necessariamente. Isso porque ele continuará sendo um alimento ultraprocessado, que contém quantidades significativas de gordura saturada, sódio, entre vários outros aditivos, como corantes e aromatizantes. 

Vale lembrar ainda que consumo frequente de presunto é considerado fator de risco para desenvolvimento de câncer de intestino, sendo o segundo tipo mais prevalente no Brasil. 
Ou seja, a qualidade do presunto melhorou, mas não quer dizer que se tornou saudável, muito menos interessante para consumo constante.

E aí... Vai um presuntinho ai?

Com moderação, sim. 
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* Ludmila Pereira de Araujo Souza é Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica com ênfase nas enfermidades renais
Instagram: @ludmilapasouza.nutri • Email: [email protected]
 
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