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20/01/2023 às 22h44min - Atualizada em 20/01/2023 às 22h44min

Valor, sem valor

Elson Araújo
 
O ser humano tem um grave defeito, que já nasce com ele: só valoriza o que tem, ou que lhe cerca, quando perde ou, num lampejo, percebe que pode perder a coisa. É quando começa a correr atrás. Uma corrida que pode ir do nada, para lugar nenhum, porque pode ser muito tarde. É quando o bom que foi perdido, não pode mais ser resgatado. Todos nós, a maior ou a menor, carregamos esse gene. O bom, é que é algo que pode ser corrigido, ou pelo menos amenizado.

Como tudo na vida, quando a gente desperta para a importância da consciência de se prestar atenção para os elementos que nos circundam, esse defeito pode ser afastado, ou como disse logo acima, amenizado.

Quando comecei a raciocinar sobre esse tema lembrei de uma frase, até já muito batida e de autoria desconhecida, que diz que: às as vezes é preciso cem anos para a gente enxergar algo que vemos todos os dias. Acredito que o ditado é autoexplicativo.

Quantas vezes não tivemos ali, bem do ladinho, uma “mina de ouro”, um “jardim do édem”, um “manjar dos deuses”, uma oportunidade incrível, a companheira, ou o companheiro dos sonhos, um aliado valoroso, e por não lhes dispensar a devida atenção e o valor necessários, deixamos correr tudo para longe, tal água corrente? Tem gente que nessa caminhada, deixa de valorizar até mesmo a liberdade.

É comum nas rodadas de conversa, quando se toca nesse tema, só vir à tona questões relacionadas ao fim de um relacionamento. Mas esse defeito, o de não valorizar o que se tem ali ao alcance das mãos, dos olhos e da alma, além de ser possível de verificação, também permeia outros ramos da convivência dos homens com os outros, e consigo.

Aqui , uma pequena pausa para outra  provocação: quantos talentos ao longo da vida deixamos de valorizar, quando era para valorizar, ou mesmo nem sabíamos que os tínhamos? E quantas pessoas talentosas que você conhece, e já conheceu, e que hoje reconhece que não se deu, ou não teve o reconhecido valor?

Fico aqui, às vezes absorto, a imaginar como ficaria o mundo se o homem efetivamente despertasse para a tomada da consciência e valorização das fantásticas possibilidades físicas e espirituais de que é capaz e que estão Ali, enclausuradas, quietinhas, prontas para ganhar o mundo.

O ser humano, com todos os seus defeitos, se constitui “numa perfeição”. Um verdadeiro designer inteligente, mas que precisa de um despertar de consciência para se autovalorizar e valorizar o que lhe cerca, a começar por prestar mais atenção ao semelhante. Afinal, não nascemos para a mediocridade. Evoluímos genética e espiritualmente para feitos inimagináveis até hoje não adequadamente explorados nesses 200 mil anos do nosso surgimento na Terra.

De tudo, uma quase certeza, o despertar dessa consciência não fará do homem algo pior do que já é.
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