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02/10/2021 às 00h00min - Atualizada em 02/10/2021 às 00h00min

​Relato de uma experiência

Elson Araújo
Final da manhã de um sábado perdido num mês março, antes da pandemia.  Cheguei, sentei, olhei para o atendente, e nada! Na sua zona de conforto estava, na sua zona de conforto permaneceu. Nenhum aceno ou gesto que viesse a motivar algum tipo de consumo. Também não me manifestei, é que surgia ali a ideia de escrever alguma coisa sobre “o atendimento ao cliente”. Depois, como diria meu amigo Coló Filho, fiquei igual a “curió na muda”, na expectativa. Até onde iria a apatia do cara do atendimento? Queria saber.

Quarenta e cinco minutos, cronometrados e nada! Nada da apresentação do cardápio, ou da clássica “ o senhor precisa de alguma coisa? Cheguei a imaginar que fosse algum tipo de discriminação velada, mas constatei que não, porque nem a vista o atendente levantou para saber quem havia chegado ao estabelecimento. O atendimento não rolou. Um viva ao WhatsApp!

O tempo ali naquele espaço chique só não foi perdido porque rendeu este texto, que só ontem (sexta-feira, primeiro de outubro) saiu da cabeça para a tela do computador.

O resumo da ópera é que acabei não consumindo nada naquele quiosque, embora, confesso, estivesse morrendo de vontade de ali “abrir os trabalhos” do sábado nosso de todas as semanas”.

O engraçado é que no sábado anterior, no mesmo local, quem estava a postos era uma garota, tímida por sinal; mesmo assim, ela se dirigiu até mim e apresentou o cardápio do lugar, perguntou se queria alguma coisa e eu, mesmo sem muita motivação, acabei consumindo.

O comportamento do apático atendente do sábado seguinte motivou uma rápida pesquisa naquele shopping center. Serviria para robustecer o futuro texto. Escolhi aleatoriamente dez estabelecimentos. Queria saber se aquele péssimo e nulo atendimento era um caso isolado, ou regra. E assim, segui de loja em loja, procurando registrar todo o apurado na memória.

Ao final do levantamento algumas observações. O atendimento de ruim para péssimo se repetiu no setor de alimentos (praça de alimentação). Já no setor de roupas e calçados a coisa foi bem diferente, um indicativo de que os funcionários – maioria mulheres - passaram por algum tipo de treinamento. Cliente recebido com simpatia na porta da loja, atendimento sem invasividade, no tamanho e na medida certas, com direito até a sorriso. Diferente na praça de alimentação, onde o péssimo atendimento do primeiro quiosque, pelo menos naquele dia, se repetiu.

Bem, para não virar um textão, é o seguinte: não é a “ descoberta da roda, mas para faturar, sobretudo num momento de crise, o comerciante/empresário precisa motivar o cliente não só com um bom marketing/propaganda, mas com uma equipe de atendimento treinada capaz de perceber, sem dificuldade, a necessidade imediata do cliente. De nada vai adiantar administrar uma boa marca, gastar rios de dinheiro com uma estrutura do outro mundo se o cliente sair dizendo, para quem quiser ouvir, que o atendimento ali é péssimo.

Como diria o saudoso jornalista Machado Neto, por hoje, “Tá feito o registro”.
 
 
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