Vacinas e Câncer
Quando falamos de vacinas vem em nossa mente as vacinas para COVID 19, da dengue e outras muito bem-sucedidas como a prevenção do sarampo, da paralisia infantil, varíola, catapora, gripe, etc.
O uso dos imunizantes, atualmente, está indo além do combate às doenças infecciosas e alguns deles têm papel importante na prevenção e cura de tumores de colo de útero, bexiga, fígado, bexiga e pele.
Vamos falar sobre tipos que podem ser prevenidos e tratados com apoio de vacinas.
Câncer do colo de útero
Quando o paciente pergunta: “Doutor, quando vão fazer a vacina contra o câncer?” Ela já existe e é para prevenção do HPV (papiloma vírus humano), que é um vírus sexualmente transmissível mais comum no ser humano e está associado ao desenvolvimento do câncer do colo uterino. Disponível há 10 anos no SUS, para meninos e meninas de 9 a 14 anos, e para população especial (imunodeprimidos e vítimas de abuso sexual). Existem mais de 200 subtipos de HPV. No SUS, está disponível a vacina tetravalente para os subtipos 6,11,16 e 18, os dois últimos responsáveis por 90 % dos casos de Ca de colo útero. Existe a nonavalente que protege contra nove subtipos, mas só disponíveis em clinicas particulares.
A Austrália praticamente erradicou o problema com a vacinação e prevê a extinção da doença em seu território em 2038.
Câncer do fígado
O hepatocarcinoma, que na maioria das vezes se desenvolve a partir da cirrose hepática associada ao uso abusivo do álcool, mas também de uma hepatite crônica ou por acúmulo de gordura no fígado. Acredita-se que 30 % dos casos do hepatocarcinoma são causados pelo vírus da hepatite B. A vacina está disponível na rede pública e é administrada em três doses: nas primeiras 12 horas após o nascimento, depois com um a dois meses e finalmente dos seis aos dezoito meses. Não existe vacina para hepatite C (outra causa viral da cirrose). Pode-se fazer exames para verificar se a pessoa está protegida da hepatite B.
Câncer de Bexiga
Uma das principais armas no tratamento do câncer superficial de bexiga, é a vacina BCG (bacilo de Calmete e Guérin) indicada para evitar formas graves de tuberculose e está disponível no SUS. Utilizada no câncer de bexiga que não invadiu a musculatura do órgão (representa 70 % dos casos). Consiste em uma imunoterapia sendo injetada diretamente na bexiga para estimular a ação de células T para combaterem o tumor; não é aplicada isoladamente e é uma etapa adjuvante no tratamento.
Câncer de Próstata
Foi desenvolvida uma vacina terapêutica chamada de Sipuleucel – T, a qual estimula o sistema imunológico do paciente a reconhecer e combater células cancerígenas. Essa vacina só é recomendada em casos de tumores metastáticos e em pacientes que não respondem a hormônioterapia. Não é produzida em massa e sim de forma individualizada utilizando o próprio sangue do paciente. Custo elevado, cada aplicação em torno de US$ 110 mil.
Câncer de Pele – Melanoma
Extremamente agressivo, mas se descobriu que é uma doença extremamente sensível a terapias imunogênicas. Em estudo vacinas de RNA mensageiro, como as da COVID. Atualmente, em estudo, o pembrolizunabe e a vacina V 940. Os resultados recebidos com entusiasmo pela comunidade científica.
As vacinas se constituem em uma das maiores vitórias da ciência médica, talvez a maior delas.
O número de vidas salvas irá, com muita certeza, aumentar de maneira exponencial!
