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16/03/2024 às 00h00min - Atualizada em 16/03/2024 às 00h00min

Meus Rabiscos

BANDEIRA NETO

BANDEIRA NETO

Nelson BANDEIRA NETO é cronista e funcionário do SESI-Serviço Social da Indústria, ex-vereador por Imperatriz (MA)

SE A MODA PEGA, HEIN!!!

A temática é sobre a morte do ser humano… e quem diagnosticou o tema foi um “Santo” e refere-se que a morte não é nada?

Mas é ruim dizer que fulano de tal “papocou”?

Vixii!  Mas ninguém quer descer as cordas no buraco de “sete palmos” para o sossego perpétuo; de visitantes, só as baratas… quando for morar em apartamento na devera escuridão sem ventilação, e nada de natureza viva.

Antigamente, comentava-se quando ia direto à terra bruta; quem gostava era o “papa-defunto” .... conhecido como tatupeba… são fatos legendários...

Muito apreciado como prato dos nordestinos com muita pimenta, limão e bem beliscado com umas doses de aguardente.

Deixa pra lá! Deixa pra lá!

A verdade que brasileiros são totalmente debochados em alusão de seus corriqueiros costumes, com exceção de alguns, que são considerados e passam de tolos a abirobados.

Agora, no cambalacho, engendrar, atiçar e criar, especialmente, no campo teatral... isso exclui qualquer discussão ou comentário.

A partir da daí, voltando ao caso típico de redundância, o que diz Santo Agostinho sobre a morte?

(...) “A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, continuarei sendo”.

Certo que, o descanso depois da vida pode sair mais caro do que permanecer no plano mortal e da desigualdade.

Antes de recontar sobre um velório acontecido no estado de Goiás em um de seus municípios emancipados ao redor de Goiânia... veja, antes, o que diz Clarice Lispector sobre a morte:
 
“Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros”.
 
Depois dessa eterna e nefasta caminhada e que incita medo, será guardado na catacumba mortuária do esquecimento.

Aí entra o comércio funerário… e que comércio?! Têm delas que dispõem de gente até para chorar, quando falta lágrimas de seus entes queridos, com direito a soluços.

Como a semântica brasileira é muito questionada sob os aspectos interpretativos de suas sentenças e dos anunciados.

 

O que é velório?

Simplesmente, está relacionado diretamente ao primeiro momento da cerimônia para prestar a última homenagem a alguém que faleceu.
 

O que é funeral?

Seguindo a liturgia dos mortos de que a vida é uma viagem sem destino, um caminho sem mapa, mas conduzido a uma despedida formal e simbólica… com a parada final no residencial e eterno cemitério.

Diante da simpatia solidaria e compaixão...

 

Vamos agora para o enredo final:

Que inspira uma grande tristeza neste cenário com a morte desse gentil MACRÓBIO...
 

FATOS:

Isso aconteceu no nosso vizinho estado de Goiás; um matusalêmico, beirando seus 96 anos de idade, cuja profissão exercida era de carpinteiro, onde fez muitos paletós de madeira, pelo qual não tinha alça e sim duas ripas por baixo do caixão (um na frente e outro atrás) carregado por quatro pessoas, até o lugar onde a família perde a calma, dá escândalo e irrita-se...

Os negociadores de caixão trouxeram de mais atípico para o préstito final desse popular ancião muito dileto e benquisto na sua redondeza, e bem procurado artesão da longevidade.

 

O que fizeram....

Para início de conversa, todas as casas daqueles tempos eram grandes, espaçosas, bem ventiladas, arquitetura própria, destinada à acomodação familiar.

Preparam a sala para velar o inanimado inditoso falecido, pela qual, reuniram-se familiares, parentes e amigos, e inovaram como seria o velório desse ente querido.

Escolheram uma poltrona confortável e assentou o extinto bem-vestido socialmente, com as pernas cruzadas, pingaram nos seus olhos umas gotas colírio sintético, por sinal ficou com os zóis de mãe-de-lua, como se estivesse numa reunião patriarcal... sem chororô e sem catarro.

Isso varou noite a dentro até a aurora do dia seguinte; no salão fúnebre, muito café, Nescau, bolos, petas, pamonhas, frito de galinha, paçoca, enfim, foi uma ágape que significou amor pela partida da bem lembrada criatura.

Mas sempre há a parte hilariante do ocorrido; o neto ainda em formação fala para sua vó… vovó, eu falo com o vovô, ele não diz nada, está sempre calado!

Meu filho, o tomou seu remédio de pressão e está dormindo! Depois você vai saber do resultado... tá, razão da minha alegria! Amor de vó!

Finalmente, desmontaram o protótipo do sucumbido artífice e colocando-o no “caixote-fúnebre” para a viagem com o destino para o além, sem endereço e nem CEP.

Bafafá: Se a moda pegar... esta foi a literatura inusitada para acompanhar a modernidade, até depois de morto.

Só tem paz quem morre… Descanse em Paz!

                                     A vida segue em frente sem você!
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