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02/03/2024 às 00h00min - Atualizada em 02/03/2024 às 00h00min

Caminhos por onde andei

CLEMENTE VIEGAS

CLEMENTE VIEGAS

O Doutor CLEMENTE VIEGAS é advogado, jornalista, cronista e... interpreta e questiona o social.

PAULINHO

PAULINHO ERA UM BOM SUJEITO. Todos diziam. Tinha um filho de uns dez anos de idade com que se auto-homenageou nele colocando o seu nome: PAULINHO! Justiça lhe faça, o filho tinha a cara do pai. Paulinho tinha uma atividade comercial em que a sua mulher – sua mais que lindona e bonita mulher comandava no caixa e no balcão. Paulinho era cordial com todo o mundo e todo o mundo era cordial com Paulinho. Até que um dia... até que um dia..., pelas cargas d’água, Paulinho ficou sabendo que sua mulher dava muito mais para os outros longe de sua cama,  do que para ele (na sua cama).

Aí, Paulinho nunca mais foi o mesmo. Sentindo-se desmoralizado, caiu em visível estado de depressão. E até parece que envelheceu rapidamente, da noite para o dia. Não era mais nem amigo nem mais cordial com mais ninguém. Trancou-se em si. Andava desleixado pelas ruas da vida, qual um Zumbi. Cabeludo, cabisbaixo. Caladão. Até parece que o mundo caiu na sua porta. Tempos depois, desaparecem todos: marido, mulher e filho. Até parece que voltaram para de onde vieram.

Diferente foi aquele outro. Veio do Velho Goiás, trazendo na bagagem a sua linda mulher. Uma gata de sete vidas, porém de tirar o fôlego de qualquer um. A má sorte, dizem, começou quando se tornaram  vizinhos daquele “carcará sanguinolento”. Um cabra retado, olho  azuis, um veterano e inveterado conquistador da gota serena. Aí, ninguém se aguentou e o Bonitão da Tapiocas pegou a lindaça daquele outro. E montou. E desmanchou. E Desmontou. E bagunçou. Até onde não pôde mais.  E o jogo correu livre, solto e pesado pra todo o mundo ver. Não deu para esconder.  E todo o mundo sem medo de ser feliz. Maridão, oriundo do Velho Goiás, esse então, pôs  o boné na cabeça e pediu as contas. Saiu de fininho e... cada qual  para o seu lado.

Deixa, porém, que o ATACÊ, um guarda-livros das antigas que não tinha nada a ver, vivia direitinho com sua mulher. Só que ele bem mais velho e ela, um tanto acabada , porém, mais nova. E tudo certo. E nada errado. Mas aí o ATACÊ bateu as botas. E sua mulher ainda que não fosse essa cocada toda mas não era de  se jogar fora e, ainda por cima era herdeira de um prédio de dois andares no cobiçado centro da urbe. Só isso já valia a pena! Aí ex-maridão, aquele que perdeu sua gatona para aquele dos olhos azuis, o Bonitão das Tapiocas, apaixonou-se morto-macaco pela viúva de ATACÊ – a dona (herdeira) do prédio de dois andares. E foi um amor roxo! Todos viram. E assim viviam aqueles dois pombinhos... de mãos dadas, pelas ruas da vida. Que bonitinho, né?!

Deixa também que naquela outra esquina morava o DOUTOR E SUA LOURA. Ambos falados e afamados. Diziam que quase todas as noites, na hora do “rala e rola”, o doutor dava uma taca na sua loura, a pedido desta e a loura, na tara,  gritava nas alturas: Ai... ai... ai... Aí um “meretríssimo” que morava por perto - o que lhe permitia ouvir os gritos e escândalos tantos (noturnos), tomou as dores e, querendo botar ordem no terreiro, chamou a Polícia. A Polícia foi pra cima para botar ordem no terreiro. A loura em plena madrugada, trajada na intimidade, aos gritos e ao lado do maridão, grandalhão, também mal-vestido, deixou claro: Disse que aquilo era “assunto sexual” que só interessava ao casal e a mais ninguém. Aí o meretríssimo e a Cana puseram a viola no saco e se mandaram, mas a Rádio-Pião cuidou da disseminação. Quer dizer: da divulgação.

E, no final das contas... PAULINHO ERA UM BOM SUJEITO. Agora você, diga lá que  os meus textos têm cara de NOVELA DAS SETE.

* Viegas interpreta e questiona o social.
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