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10/02/2024 às 00h00min - Atualizada em 10/02/2024 às 00h00min

Caminhos por onde andei

CLEMENTE VIEGAS

CLEMENTE VIEGAS

O Doutor CLEMENTE VIEGAS é advogado, jornalista, cronista e... interpreta e questiona o social.

O CELULAR 

O Senhor padre numa pregação doutrinária, perguntou ao seu auditório: qual a mais mortal das invenções? Uma moçoila ousou responder, perguntando:  A BOMBA ATÔMICA? – NÃO, disse o padre. E prossegue: “A mais mortal das invenções é o celular: o celular matou o rádio, matou a televisão, matou o cinema, matou o gravador, matou o relógio, matou a radiola, matou o disco, matou o CD, matou a máquina fotográfica. E está matando os livros, matando os olhos das pessoas, matando os jovens, matando a família (os casamentos)”.

Senhor padre tem razão. Tem tanta razão que só ele fala e ninguém que se atreva a interrompê-lo ou contestá-lo ou estabelecer um diálogo. Isso nunca! Isso seria uma heresia. Fora dessa arena, porém, ouso dizer que o CELULAR, apesar dos seus tantos vícios e desvirtudes, tem lá suas virtudes, suas qualidades. Seu valor.

O Celular matou o telefone fixo (matou e enterrou). Ótimo! E, se um telefone fixo era coisa de rico, bicho de sete cabeças e custava uma grana e era complicada a sua aquisição e instalação, o celular é adquirido em qualquer esquina e um chip custa a bagatela de dez ou quinze reais. O celular em sua generalidade encurtou distâncias e o mundo ficou pequeno demais; até porque o mundo em cores está todinho dentro de um pequeno celular que cabe no bolso ou na palma das mãos.

E, se alguém antes, dissesse ou pensasse isso, poderia até ser julgado, excomungado e queimado pela Igreja. Taí a história!, E se o telefone era coisa de “privilegiados”, o celular é um objeto utilitário ao alcance de qualquer um, em qualquer lugar. Ricos, pobres, brancos, negros, católicos e evangélicos. Empregados e desempregados. Executivos e braçais, todos têm um celular.

Um ponto negativo é que o celular tem a ver com o ladrão. De um lado ele chama a atenção do ladrão e interessa ao ladrão. Qualquer ladrão morre de amores por um celular alheio. Nesse passo, o celular também se presta a denunciar os ladrões e até a mostrar a tortura a que eles e outros se submetem. No tocante aos crimes sexuais: pedofilia, estupro e outros, o celular é um entreposto, uma ponte. E presta-se muito às provas. Como, enfim, a tantas outras provas. Em juízo e/ou fora dele.

Ainda que com tantos altos e baixos que é o celular, uma cosa é bom que se diga: O celular, aprontou e apronta uma grande revolução, na  comunicação e nos meios sociais. O celular tornou-se uma arma tão poderosa e cobiçada  que, em cada dez brasileiros, há mais celular do que brasileiros, segundo estudos recentes.

Fator de entreposto no  celular, são as tais redes sociais que nele proliferam. Qualquer fuxico, fofoca ou um “furo” que aconteça, em qualquer lugar do Planeta, o “libambo” poderá estar espalhado pelo mundo em instantes - tal a desenvoltura, o alcance a que se presta o celular!

Outro ponto a ser destacado, é que o celular descobriu uma grande gama de “artistas” brasileiros. Seja pelos áudios, seja pelos vídeos que são apresentados pelo celular e que circulam via “redes sociais”. Chega a ser estonteante o desempenho de atores e atrizes, na seara do celular.

Um vídeo, por exemplo,  aparece com Adão numa grande selva, no Paraíso. Leões, onças, e outras feras em volta de Adão e todos com o rabo entre as pernas,  comendo nas mãos  do pioneiro. É quando aparece uma entidade vestida de branco dos pés a cabeça. E fala com aquela voz rouca e característica do Apóstolo Valdomiro Santiago: “Adão tu ta muito tranquilo. Tua tranquilidade ta me preocupando; Adão. Eu vou arranjar um “pobrema” pra tu. E determinou: ”Vai dormir, Adão”. E quando Adão acordou viu que tinha uma MULHER ao seu lado.

Assim como o Padre interpreta que o celular é um assassino, uma arma de destruição, daqui entre a BR-010 e o Rio Tocantins, eu vejo que o celular colocou e coloca o mundo na palma das mãos (e no bolso) dos seus usuários, bem como descobriu e deu espaço a um celeiro de “artistas” no Brasil  em que, a cada dez brasileiros, há mais celular do que brasileiros. E viva o celular!!! Eu, hem, nada contra! Até porque, hoje em dia, a gente toma café, almoça, janta e dorme...  namora, noiva e casa – e transa, na companhia do CELULAR!
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*Viegas é o filho de Antônio de Inez (que estudava na cidade). Texto protegido por Lei de Copyright ©*(Lei nº 9.610/98). 
©Todos os direitos reservados ao autor.
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