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23/12/2023 às 00h00min - Atualizada em 23/12/2023 às 00h00min

As emoções matam, mas também salvam

ELSON ARAÚJO

ELSON ARAÚJO

ELSON Mesquita de ARAÚJO, é membro da Academia Imperatrizense de Letras-AIL e durante alguns anos, foi repórter de O PROGRESSO.

 
Dos aprendizados humanos um dos mais importantes é o emocional. Ainda não priorizado como deveria, mas que a cada ano, com a evolução da sociedade, faz-se necessário. As emoções, não é nenhuma novidade, formam o mote que desencadeia os sentimentos que movimentam a vida.

O homem é carne, osso, sangue, mas também é emoção. Talvez o grande drama da humanidade seja não somente o controle, mas a educação das emoções.  Haward Gardner, o estudioso das inteligências múltiplas, e Daniel Goleman (inteligência emocional) são os gurus modernos dessa tese, no entanto, há 2300 anos o filosofo grego Aristóteles já defendia a necessidade de o homem se educar emocionalmente ao declarar que: “ Qualquer um pode  zangar-se, isso é fácil, mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa e da maneira certa,  não é fácil”

O grego tem razão...Não é fácil se adequar ou se educar a esse sistema, sendo mais um motivo para que o homem, de forma consciente, lute para ser mais inteligente emocionalmente; aprenda a lidar com suas emoções e assim, viver melhor e evitar injustiças consigo, e com os outros.

As emoções matam, mas também salva vidas. O filme da sociedade moderna revela a dificuldade que as pessoas têm de lidar com suas emoções e de se reeducarem emocionalmente. Como se traduz nas palavras de Aristóteles, trata-se de algo que não é nada fácil.

O ser humano cada dia fica mais isolado, perdido na multidão, carente de respeito, reconhecimento, de um sorriso ou um simples aceno, de uma tapinha nas costas, de um aperto de mão; carente de gente. Não tem benesse alguma, é fato, que substitua um sorriso verdadeiro, um elogio sincero, um abraço fraterno. É preciso que as pessoas saibam que gestos como esses salvam vidas e que sua ausência pode provocar mortes no sentido mais amplo da palavra.

A questão é: como homem pode educar as emoções de modo que seja usada a  seu favor,   ou a favor  dos outros?

Entende-se que na sociedade moderna esse aprendizado tornou-se um fator de vida ou morte. Aprender a reagir positivamente diante de uma perda inesperada, uma tragédia familiar, uma agressão física ou moral, uma humilhação, traição ou uma frustração qualquer é tarefa hercúlea, mas necessária.  Cada ser humano uma emoção, cada ser humano uma reação diferente.  Todos, em maior ou menor  escala,  em algum momento da vida se deparam com situações como essas. Somos diferentes, reagimos de formas diferentes; mais uma razão para insistirmos com o processo de educação das emoções que deveria, insiste-se,  ser incluído na lista das  aprendizagens elementares do ser humano.

A pista para que o homem comece a aprender a lidar com as emoções vem de um outro grego, o filósofo Sócrates que um dia disse:  “conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo de todas coisas” sugerindo e dando a devida importância à  busca pelo autoconhecimento.

O entendimento é de que se conhecendo melhor torna-se mais fácil para o homem lidar com suas reações e com as reações daqueles que o cercam; além de  poder se deparar com uma visão mais aprofundada de mundo. Talvez esteja aí o início deste aprendizado. Uma viagem ao fundo do ego na busca do autoconhecimento. Viagem que deve ser constante e cultivada, sobretudo por aqueles que buscam o aperfeiçoamento pessoal e querem melhorar e cultivar as boas relações, consigo e com outros.

É necessário que se experimente fazer essa “ego trip”. Por meio dela talvez seja possível encontrar ou não algumas respostas; o importante nessa história é pelo menos tentar.

Estudiosa do assunto a consultora  Margot Cardoso destaca que a capacidade de controlar sentimentos a cada momento é fundamental para o discernimento emocional e para a autocompreensão. Para ela a incapacidade de observar nossos verdadeiros sentimentos nos deixa à mercê deles. As pessoas mais seguras acerca de seus próprios sentimentos são os melhores pilotos de suas vidas.

Margot Cardoso assinala ainda que o descontrole tem ainda um agravante  fisiológico: bloqueia o raciocínio, compromete o funcionamento do cérebro e atrapalha o tão valorizado emocional. “Quando você está nervoso, você olha sem ver e sente sem ouvir. Serenamente controlado o cérebro funciona melhor” conclui a estudiosa.
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