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23/09/2023 às 00h00min - Atualizada em 23/09/2023 às 00h00min

Nailton Lyra Escreve

NAILTON LYRA

NAILTON LYRA

O Doutor ​NAILTON Jorge Ferreira LYRA é médico e Conselheiro do CRM/MA e Conselheiro do CFM representando o Estado do Maranhão

Doação de órgãos

 O transplante de órgãos voltou a ganhar destaque no noticiário nacional em agosto desse ano quando o apresentador Fausto Silva recebeu um novo coração no Hospital Israelita Albert Einstein devido a uma insuficiência cardíaca instalada.

Houve também suspeitas de como o apresentador conseguiu um novo órgão de maneira tão rápido.

Existe uma estimativa que existe algo em torno de 65 mil brasileiros aguardando um órgão ou tecido para um transplante que possibilite um recomeço.

O Sistema Único de Saúde do Brasil tem o maior programa público de transplantes do mundo, nos últimos dois anos foram realizados 45,5 mil procedimentos, sendo 90 % realizados pela rede pública.

Para continuarmos e também aumentar a disponibilidade de transplantes no sistema é necessário que a população se conscientize da importância do ato de doar um órgão.

O transplante é um procedimento cirúrgico multidisciplinar que consiste na reposição de um órgão (coração, fígado, pulmão pâncreas, rim) ou tecido (medula, córnea, ossos) em uma pessoa doente (receptor) por um órgão ou tecido normal de um doador vivo ou morto.

 

Quero ser doador

Para ser um doador converse com a sua família, No Brasil a doação de órgão só será realizada após a autorização familiar.

Existem dois tipos de doadores, o primeiro é o doador vivo, pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação desde que não prejudique a própria saúde. Podem realizar doação de rim, parte do fígado, parte de pulmão e de medula óssea. Na forma da Lei parentes de até quarto grau podem ser doadores. Não parentes necessita de autorização judicial.

O outro tipo de doador é o doador cadáver, são pacientes com morte cerebral em geral vítimas de catástrofes cerebrais, com TCE e AVCs.

Os órgãos doados vão para pacientes em uma lista organizada pela Central de Transplantes de Órgãos de cada Estado organizada pelo Sistema Nacional de transplantes.

O medo da doação é cercado pelo tabu em torno da morte encefálica, quando está autorizado a utilização dos órgãos para transplante.

O diagnóstico da morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina e critérios rígidos são aplicados. Dois médicos examinam o paciente e fazem exames independentes que serão validados por um terceiro médico.

Estabelecida a morte encefálica mais de dez [órgãos podem ser transplantados.

A resolução 2173/2017 e no seu anexo é ressaltado que os familiares devem ser esclarecidos de forma clara sobre a situação crítica do paciente esclarecendo o significado de morte encefálica, o resultado de cada etapa da definição do diagnóstico e é permitido a presença de médico de confiança da família para acompanhar esses procedimentos. Não pode haver qualquer dúvida sobre os procedimentos.

Estima-se que somente 33 % dos casos de morte encefálica comprovada existe a doação dos órgãos. O Brasil é o segundo Transplantador do mundo.

A dúvida em torno do Transplante do Faustão foi devidamente esclarecida pelo Hospital Einstein e pelos membros da equipe transplantadora e da captadora de órgãos bem como o Sistema Nacional de Transplantes.

A prioridade do paciente na fila foi esclarecida inclusive pelo próprio Governador do Estado de São Paulo.

A Cirurgia foi um sucesso e durou 2 h e 30 min. Mostrou a expertise dos cirurgiões brasileiros!
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