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16/09/2023 às 00h00min - Atualizada em 16/09/2023 às 00h00min

Um amor de passarinho

ELSON ARAÚJO

ELSON ARAÚJO

ELSON Mesquita de ARAÚJO, é membro da Academia Imperatrizense de Letras-AIL e durante alguns anos, foi repórter de O PROGRESSO.

    
Tornou-se politicamente incorreto, e de fato muito perverso, a criação de pássaros em cativeiro. Muita gente caindo na real, e se conscientizando que nenhum ser vivo nasceu para viver aprisionado. Esse é o conceito que vem se firmando ao longo dos anos contudo, há casos difíceis de se explicar. É o caso do Aparecido, um Bico de lacre, Bombeirinho, também em algumas regiões chamado de Máscara vermelha, que “adotou como mãe”, há três anos a jornalista Suely Moura. Ela é minha amiga, e mora em São Luís.

Trata-se de uma verdadeira história de amor, de difícil explicação. Se alguém a tiver, por favor, me envie!

Se o Aparecido fosse um papagaio ou similar, não chamaria muita atenção, mas é uma minúscula espécie não ornamental, que assim como o primo pardal, vive em bandos. Nunca o vi em gaiolas, zoológico, ou comercializado como pássaro exótico. Vive é solto no mundo!

E o Aparecido? O Aparecido apareceu na vida da jornalista Suely Moura, numa Quarta-feira de Cinzas. Havia ameaça de chuva, e ventava muito. De repente, um pequeno barulho chamou a atenção da jornalista, que morava sozinha. A princípio ela se assustou, mas ficou mais tranquila quando encontrou o passarinho, mais assustado do que ela. Era um filhote, estava visivelmente debilitado. Surgia ali, uma bonita história de amor mútuo.

A jornalista de pronto ligou para um amigo, entendido no assunto, que a orientou como cuidar do passarinho, até que ele ganhasse forças para voar, e enfim, ir embora. A questão é justamente essa. O passarinho, mesmo em liberdade, escolheu ficar ali. Desde então, companha toda a rotina doméstica da jornalista. Até mesmo nos momentos de leitura ele fica ali pertinho dela como quem estivesse lendo também. O bichinho acorda bem cedo e só dorme quando ela chega do trabalho. Uma relação de proteção mútua.

A jornalista garante que consegue conversar com o Aparecido. Sabe quando ele fica triste, quando zanga, e quando quer carinho. E ela prova isso com pequenos registros da rotina dele. Parece gente, posso garantir depois dos vídeos que vi. Disse ainda que o pequenino é livre e que nasceu entre ambos uma relação de amor, muito difícil de explicar.

Ela se diz consciente que um dia vai chegar em casa e o Aparecido poderá ter ido embora. Isso já aconteceu uma vez, mas ele voltou. Só ela sabe o que sentiu nas poucas horas de ausência do amigo, companheiro e protetor, a quem ela me ofertou como sobrinho.
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