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24/08/2023 às 00h00min - Atualizada em 24/08/2023 às 00h00min

Coluna do Lima Rodrigues

 

Visitamos as fazendas Mangabeira e Gamelinha, em Sergipe,
para conhecer melhor a criação da raça Santa Gertrudis

Na semana passada, estivemos em Sergipe, a convite do presidente da Associação Brasileira de Santa Gertrudis, Gustavo Barretto, e conhecemos a fazenda dele e da família, a Mangabeira, a 60 km de Aracaju, e também visitamos a Fazenda Gamelinha, do empresário e pecuarista Augusto Machado. Os pecuaristas criam a raça Santa Gertrudis, que  chegou ao Brasil há 70 anos, mas seu começo vem de muito antes. O ano é 1910, no sul do Texas, nos Estados Unidos.

A famosa propriedade King Ranch tinha um objetivo: produzir uma raça que se adaptasse aos desafios de temperaturas acima de 38º e a média pluviométrica em torno de 700mm anuais. Dessa demanda, que pouco difere com as condições atuais da pecuária brasileira, surgiu o Santa Gertrudis, raça bovina sintética, 5/8 Shorthorn, vindo de terras britânicas e 3/8 Brahman, uma subespécie zebu.

 

O Santa Gertrudis chegou ao Brasil em 1953

De acordo com a associação brasileira do Santa Gertrudis (ABSG), a raça foi reconhecida somente em 1940, quando se espalhou pelo mundo, principalmente em países como Austrália e África do Sul. No brasil, os primeiros exemplares chegaram em 1953, sendo utilizado principalmente nas regiões sudeste, centro-oeste, norte e nordeste no cruzamento sobre matrizes azebuadas ou ainda sobre matrizes f1 (zebu x europeu) obtendo os animais chamados tricross, com alto rendimento de carcaça. Já na região sul, a raça vem sendo utilizada a mais de 50 anos sobre matrizes europeias, diminuindo a exigência nutricional, mantendo o volume de carcaça e qualidade de carne.

Na visita que fizemos à Fazenda Mangabeira, em Japaratuba (SE) vimos de perto a docilidade, a rusticidade e as belas característica do Santa Gertrudis.

 

Fazenda Gamelinha

Visitamos também a Fazenda Gamelinha, em Pacatuba, a 80km de Aracaju. Detalhe: a fazenda fica à beira do Oceano Atlântico, envolta de belas dunas, numa área que inclui costa do mar, sequeiro e irrigação, ou seja, tem muita areia, mas também tem bastante água e o gado é criado a pasto. “Isso prova que a raça Santa Gertrudis se adapta bem no Nordeste no inverno e no verão”, afirmou Gustavo Barretto.

O empresário e pecuarista Augusto Machado cria o Santa Gertrudis desde 2014 na Fazenda Gamelinha, em Pacatuba (SE), e está satisfeito com os resultados obtidos. “Há 40 anos temos a propriedade. Antes, tínhamos fazenda de coco. Com a queda do coco no mercado nos últimos anos, resolvemos partir para a pecuária e encontramos no Santa Gertrudis a solução ideal, porque passamos a cruzar a raça com o Nelore e estamos obtendo muito sucesso”, disse Augusto Machado.

 

Perguntas e respostas

No Conexão Rural do próximo fim de semana, além das visitas às fazendas Mangabeira e Serrinha, em Sergipe, o presidente da Associação Brasileira do Santa Gertrudis, Gustavo Barretto, responderá às perguntas de jornalistas e pecuaristas sobre esta importante raça sintética. Entre as pessoas que fazem perguntas estão jornalistas de Goiás, do Paraná e produtores rurais do Pará.
 

Usina Itaicy

No Conexão Rural do próximo fim de semana, vamos falar também sobre a histórica Usina Itaicy, no município de Santo Antônio do Leverger, em Mato Grosso.
 
A visita fez parte da programação do Road Show para Jornalistas e Influenciadores Digitais do Agronegócio realizado em julho em Mato Grosso, promovido e patrocinado pelo sindicato rural de Cuiabá, a quem agradecemos na pessoa do presidente Celso Nogueira.

Vijamos 15 minutos de lancha pelo rio Cuiabá e ao chegarmos ao local, ficamos impressionados com a beleza da fazenda e com as ruínas da antiga Usina Itaicy, que está desativada há muitas décadas e foi tombada pela portaria nº 55/84, publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso em 08/01/1985.

A Usina de Itaicy, que tinha por modo de produção a industrialização da cana-de-açúcar, não se caracteriza por um único e belo prédio, mas, principalmente, por ser o embrião de um processo de industrialização e de um modo de produção característico e novo para Mato Grosso, está localizada à margem direita do rio Cuiabá. O prédio constitui-se de um sólido volume em três pisos tendo os fundos um alpendre onde se localiza o maquinário de limpeza e separação da matéria-prima.

O empreendimento de Totó Paes dispunha de tamanha estrutura social que chegou até criar uma banda de música que executava retretas, aos domingos, para entreter seus moradores. em determinado período, a Usina de Itaicy chegou a cunhar sua própria moeda que, com moldes provenientes da casa da moeda, no Rio de Janeiro, passou a imprimi-la adaptando-se uma velha prensa de papel.

À Itaicy deve também ser creditado o uso primeiro da energia elétrica em Mato Grosso. Entrou em decadência, principalmente pelo fato da competitividade de seu preço com as usinas mais modernas dos estados do Nordeste e de São Paulo. O modelo de indústria construiu uma vila para abrigar os próprios operários, com igreja, escola, farmácia, padaria, etc. um verdadeiro conjunto habitacional, envolvendo mais de 5 mil pessoas.

As informações foram dadas aos jornalistas do agro pelo professor José Marcos Vargas, integrante da família proprietária da fazenda onde se localiza a Usina Itaicy e pelo historiador e secretário de Ciência Tecnologia de Mato Grosso,  Allan Kardec.  (Com informações da assessoria de imprensa da prefeitura municipal de Cuiabá).

Parabéns à família Vargas por preservar essa história desta importante usina de cana de açúcar em Mato Grosso, a majestosa Itaicy.
Obrigado ao presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Celso Nogueira, pelo convite e por patrocinador o Road Show para Jornalistas e Influenciadores Digitais do Agronegócio em Mato Grosso.

Obrigado também aos amigos Vicente Delgados, do portal Agronews, de Cuiabá, e Altair Albuquerque, da Texto Comunicação, de São Paulo, organizadores do Road Show. Realmente foi show. Valeu. Abraço.

 

Música

Na parte musical do programa teremos um empresário e pecuarista de Sergipe, Augusto Machado, proprietário da Fazenda Gamelinha em Paratuba, que nas horas vagas é cantor. Ele canta desde garoto e é show.
 

Conexão Rural na Rede TV

O programa Conexão Rural, a voz do campo na TV, no ar no Pará há quase 12 anos, estreou dia 19 de agosto, sábado, às 12h na TV Liberdade, canal 4.1, Rede TV de Imperatriz  (MA).

O programa continua sendo veiculado semanalmente, mas agora tem um quadro de 3 a 5 minutos denominado ‘Momento Agro’, dentro do programa da Rede TV de Imperatriz “ O POVO É QUEM MANDA”, que é apresentado de segunda a sexta-feira das 12h às 13h30, pelo diretor Jucivan da Punicena.

Estou muito feliz com este novo desafio e agradecido pela oportunidade de ampliar a divulgação das matérias do programa também de segunda a sexta-feira. Muito obrigado aos diretores da TV Liberdade – Rede TV de Imperatriz, Pastor Wilson e Jucivan da Punicena, pelo convite. Valeu. Tamo junto.
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