19/08/2023 às 00h00min - Atualizada em 19/08/2023 às 00h00min
Nailton Lyra Escreve
Nailton Lyra
A Polêmica da Homeopatia
Costumam achar que a homeopatia é a medicina dos “chazinhos”, não é nada disso!
Os chazinhos são uma prática alopática (fitoterapia)
A possibilidade de ser revisto o status da homeopatia como especialidade médica causou furor e inúmeras discussões acaloradas.
O Vice-presidente deu entrevista em jornais de grande circulação sobre essa possibilidade aumentando a polêmica.
Um livro lançado pela Dra. Natália Pasternak pesquisadora da USP de título “Que bobagem” contesta essa prática.
Método criado pelo médico alemão Samuel Hahnemann em 1796 tem em sua base a Lei dos semelhantes, citada pelo pai da Medicina, Hipócrates em 450 A.C. Segundo essa Lei, os semelhantes se curam pelos semelhantes. Isto é para tratar um indivíduo que está doente é necessário aplicar um medicamento que apresente e reproduza os mesmos sintomas que o doente apresenta.
O semelhante cura o semelhante
As preparações básicas dessas substâncias recebem o nome de tinturas-mãe e a partir delas são iniciados os processos das diluições sucessivas. No início de suas experiências, Hahnemann começou diluindo os medicamentos e verificou que, quanto mais diluía, minimizavam-se as reações indesejáveis. Percebeu também que ao fazer diluições sucessivas das substâncias e agitá-las diversas vezes, obtinha sempre melhores resultados. Foi assim que ele chegou às doses mínimas. Desta maneira, a toxicidade das substâncias é atenuada e o potencial curativo é aumentado.
A homeopatia se preocupa com as causas que levaram o indivíduo ao desequilíbrio, algumas vezes aumentando aparentemente a intensidade dos sintomas para fortalecer os mecanismos naturais de cura. Por isso, há, muitas vezes, a sensação de “lentidão” na cura.
Como toda técnica terapêutica, a homeopatia tem seu campo de atuação e limites. A habilidade e experiência do médico homeopata, assim como a colaboração do paciente influem no resultado. O uso ou não de outros produtos concomitantemente, a qualidade do medicamento homeopático, além da condição genética de quem será tratado também influenciam para o sucesso do tratamento.
A cientista diz que a homeopatia, terapia tão antiga e contestada, tem efeito de “água com açúcar”, parece funcionar porque muitas doenças são cíclicas, com picos de sintomas que rapidamente desaparecem dando a sensação de cura.
O outro lado da moeda aponta que desqualificar é uma prática de quem tem uma posição formada e não quer fazer uma discussão séria.
A polêmica a respeito da homeopatia é longa. Em 2002, um ilusionista americano, James Rendi, ofereceu US$ 1 milhão para quem conseguisse provar que as doses homeopáticas podem realmente curar as pessoas. Até o momento, ninguém ganhou o prêmio.
A revista científica Lancet, uma das mais importantes do mundo, publicou que não foram encontradas provas convincentes de que estes medicamentos tinham efeitos melhores do que placebos.
Adeptos da homeopatia como a Rainha Elizabeth, Paul McCartney e Bill Clinton são sua melhor propaganda.
Originado em sistemas humanistas cuja vocação é se dedicar a escutar o sofrimento e ajudar as pessoas a restabelecerem a saúde, sem as distrações que a medicina biotecnológica produziu no corpo e na mente, só deveria ser permitido o exercício da medicina a quem confia na energia vital do corpo posta em liberdade para agir sobre as moléstias.
Hipócrates ensinava que existiam duas formas de tratamento, a primeira baseia-se no Princípio dos Contrários, empregado pela alopatia. Nesse método são utilizadas substâncias que agem “contra” os sintomas da doença. “Contra a inflamação, temos o anti-inflamatório. Contra a acidez, o antiácido. Contra a depressão, a alopatia utiliza o antidepressivo. O método corta o sintoma manifesto”, exemplifica.
Já a homeopatia age com base no Princípio dos Semelhantes. O tratamento utiliza substâncias que causam sintomas semelhantes aos manifestos nos pacientes. Com isso, o organismo é estimulado a reagir.
A polêmica será longa e exaustiva.