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05/08/2023 às 00h00min - Atualizada em 05/08/2023 às 00h00min

Meus Rabiscos

BANDEIRA NETO

BANDEIRA NETO

Nelson BANDEIRA NETO é cronista e funcionário do SESI-Serviço Social da Indústria, ex-vereador por Imperatriz (MA)

 

CADÊ OS ENGRAXATES?

Bem lembrado esse chamativo… de um passado não tão distante... eles realmente sumiram… mas merecem ser lembrados.

Para adornar a contextualização...

Estava em São Luís (MA) e fui ao Shopping Cidadão renovar minha carteira de identidade.

Como aquele ambiente tinha vários postos interligados de atendimentos, fiquei próximo de um cidadão beirando seus 67 anos para fazer o mesmo procedimento (tirar a 2ª via) da carteira.

Nesse ínterim, a recepcionista que estava com aquele interessado pergunta para ele:

Qual é sua profissão? Respondeu: Engraxate...

Então ela foi fazer a consulta pelo CNAE [classificação nacional das atividades econômicas], qual o código que se encacharia para aquela profissão.

Sequentemente, a assistente disse: infelizmente essa profissão não consta no CNAE atual dessa atividade; e agora, o interessado questionou: então, a atendente falou... altera-se para sapateiro... simbolicamente, sim, disse o identificado.

É outro ofício quase em extinção… papeou.

Depois deste preâmbulo, vamos viajar no tempo para ratificar como o engraxate tinha sua importância para sociedade que coabitava nos idos retroativos.

Com toda essa desvalorização tipificada no presente, ainda foi estabelecida o dia 27 de abril como o “Dia do Engraxate” ... para ficar pelo menos como “reminiscência”.

Quantos aos autores, que faziam o polimento e limpeza dos sapatos, com o suor de seu digno trabalho, ganhavam em média Cr$ 1.500,00 - cruzeiros mensais.

De modo que a fila anda, mas continua de pé; não obstante, tratar-se de um subemprego dentre determinada ocupação, sendo exercida, sem a necessidade de qualificação profissional… ou seja, préstimos a tempo restrito.

É óbvio que se relate que a função do engraxate surgiu no ano de 1806… quando um desse artífice poliu, em sinal de respeito, as botas de um general francês e foi recompensado com uma moeda de ouro (...) por isso.

Vamos reviver um pouco de São Luís (MA); Praça João Lisboa, anos 70, conhecida, também, como Praça dos Aposentados.

Naquele espaço e, em seus arredores, tinha mais de 20 engraxates, com suas cadeiras de encostos e assentos estofados, para receber seus clientes de alto staff, alinhados, com seus ternos impecáveis, além dos sapatos de couro puro.

Políticos, Gerentes de Bancos, Juízes, Desembargadores, Empresários, Intelectuais, bem, uma plêiade de elegância e poderes à toda prova.

E, além do mais, as bancas de jornais e revistas, em que era praxe irem à praça tão logo do café da manhã e ao cair da tarde/noite para comprar os jornais locais e outros vindos do centro-oeste e sul do país.

Eram hábitos que tinha uma inclinação de alguma ação pela frequente repetição.

Hoje,
Somente ficou a memória retratada por alguns (fatos) já anuídos como obsoletos...  com fortificantes lembranças!!!

Como bem sintetizou certo pensador...

Com o tempo a vida faz crescer e aceitar que de repente tudo muda e troca de lugar”.

Continuando a viagem....,
Deslocando-se entre pontos diferentes da Grande Ilha no tempo (transcorrido); Praça Deodoro, apontada como um dos principais espaços livres públicos localizada na área central da cidade velha… ali, onde está a Biblioteca Pública Benedito Leite.

Ah, se não existisse o acervo jornalístico ou bibliotecário, sequer teríamos história para vivificar a alma e satisfazer o comprazer e subsidiar, como legado, as futuras gerações.

 
(...) Além de garantir a existência de um registro histórico de todos os arquivos publicados, um acervo digitalizado garante aos interessados busquem por assuntos de seu interesse, independentemente de sua data de publicação.
(...) A história é um repositório dos fatos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro.
Sem esses subsídios, não estaríamos dissertando esta honrosa atividade que deixava o homem público e de negócios elegante, a começar pelos pés... do bem lembrado e inesquecível engraxate!
Finalmente,
O engraxate foi (...) “A Alma Encantadora das Ruas.”

                Até a próxima viagem...

 
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