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28/05/2022 às 00h00min - Atualizada em 28/05/2022 às 00h00min

DOIS PROBLEMAS!

NAILTON LYRA

NAILTON LYRA

O Doutor ​NAILTON Jorge Ferreira LYRA é médico e Conselheiro do CRM/MA e Conselheiro do CFM representando o Estado do Maranhão

 
Estamos enfrentando novamente a angustiantes problemas de saúde pública em nível mundial, a chamada hepatite misteriosa e a chamada varíola dos macacos.

Enfrentamos ainda uma epidemia não sanada de COVID 19 e agora nos aparece esses dois problemas vamos descrever um pouco sobre cada uma dessas entidades nosológicas.

Primeiro a Hepatite Misteriosa

Um tipo misterioso de hepatite aguda tem chamado a atenção de autoridades de saúde de diferentes lugares no mundo e também aqui na terra de Pindorama. Não é ocasionada por nenhum dos vírus conhecidos da hepatite (A, B, C, D e E) e pode ter em ter suas causas uma relação ainda não esclarecida em ter a COV IXD 19 e um vírus chamado de Adenovírus.

As crianças apresentam sintomas gastrintestinais, icterícia (olhos amarelados) e, em alguns casos, falência aguda do fígado e morte, para evitar a morte na falência hepática é necessário o transplante hepático, no Brasil houve dois transplantes suspeitos que estão sob investigação.

O ministério da Saúde montou equipe de monitoramento dos casos sob suspeita que até o dia 22 de maio seriam 76 notificações e 674 sob investigação. Quinze Estados tem casos suspeitos e no Maranhão um caso.

A primeira hipótese levantada seria causada por um adenovírus 41F, mas observou-se que 70 % das crianças tiveram COVID 19 com manifestações clínicas, acredita-se que partículas do COVID seriam o gatilho para a agressão hepática por esse vírus que em outras condições provoca somente um resfriado comum  

Importante saber que a ligação entre os casos de hepatite e a vacinação para o COVID 19 está totalmente descartada. Além disso a maioria das crianças que apresentaram o quadro de hepatite tinha menos de cinco anos, ou seja, não vacinadas.

Estamos vivendo um período antropoceno, o surgimento de uma nova era geológica provocada pelo homem, um mundo complicado com muitas doenças novas, vírus novos, bactérias que não dávamos importância estão causando enfermidades graves, o homem alterou cadeias geológicas e ecológicas, aumentou a temperatura global de maneira perceptível provocando alterações profundas que alteram a dinâmica dos agentes infeciosos.

Varíola do Macaco

Essa doença é uma zoonose que ocorre na África, novamente o a intervenção do homem causando alteração ecológica.

O contagio vem do contato de gotículas exaladas por alguém infectado, humano ou animal, pelo contato com as lesões de pele da doença ou por materiais contaminados, roupas e lençóis. O período de incubação vai de 5 a 21 dias, logo é recomendado isolamento de no mínimo durante esse prazo.

Sintomas iniciais incluem febre, dor de cabeça, dor muscular, dor nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. As lesões de pele se desenvolvem primeiro no rosto e depois espalham pelo corpo inclusive nos órgãos genitais, as lesões parecem catapora. Os sintomas podem ser de leve a graves, as lesões podem coçar e ser dolorosas, casos leves podem passar despercebidos, atenção pessoas com baixa imunidade que viajam a África Ocidental e Central onde a doença é endêmica.

O surgimento de casos no Reino Unido, na Europa, Portugal e Espanha já tem, nos USA e no Canadá acendeu alerta para as autoridades sanitárias brasileiras.

E a vacina?

No Brasil foram realizadas várias campanhas de vacinação para a varíola, a primeira virou até uma revolta no Rio de Janeiro em 1904, varíola humana, não a do macaco e, finalmente, em 1908 com aumento do surto a população alarmou e correu para vacinar, nada como a água no pescoço né! No mundo os últimos casos foram registrados em 1979 e foi recomendado pela OMS cessar a vacinação.

E quem tem a marca no braço está protegido? Aquela marca pode ser por BCG. Os mais velhos podem se recordar dessa vacina com pistolas. A última campanha foi em 1971 no Brasil.

A vacina para a varíola humana protege em torno de 85 % contra a varíola do macaco. Tempos estranhos viveremos até entendermos e respeitarmos a Mãe Natureza!
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