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25/05/2022 às 00h00min - Atualizada em 25/05/2022 às 00h00min

Coluna do Lima Rodrigues

 
AgroBrasília 2022 chega ao fim e registra R$ 4,6 bilhões em negócios realizados

A AgroBrasília 2022 se encerrou no sábado, 21 de maio, após cinco dias intensos de programação e de negócios. Nesse período, foram registrados R$ 4,6 bilhões em negócios. Participaram da Feira cerca de 520 expositores e passaram pelo Parque Tecnológico Ivaldo Cenci aproximadamente 135 mil pessoas, de acordo com a assessoria de imprensa da maior feira tecnológica do Centro-Oeste e uma das maiores do Brasil.

Sementes e outros insumos, máquinas, implementos, veículos, genética vegetal e animal, soluções de geração de energia foram alguns dos atrativos disponíveis na Feira, para produtores de todos os portes e segmentos. O potencial das sementes, por exemplo, pôde ser verificado nos plots das empresas de tecnologia vegetal no Parque e por meio dos resultados da Competição de Cultivares de Soja e Milho, divulgados no primeiro dia da AgroBrasília.

Produtores também foram apresentados, por exemplo, a serviços especializados de busca de eficiência energética nas propriedades por meio da instalação de usinas de energia fotovoltaica. As máquinas, tão necessárias ao plantio, foram outro destaque, com muitas novidades de plantadeiras, colheitadeiras, escavadeiras, entre outras, além dos implementos, que tornam o uso das máquinas mais completo.

Agro 4.0

Além disso, instrumentos da agricultura digital e da agricultura de precisão se sobressaíram – uma das ferramentas desse agro 4.0, o drone, e suas aplicações, foram apresentados em vários momentos da Feira. Havia ainda alternativas para o período de pós-colheita, nas áreas de armazenagem, beneficiamento e movimentação de granéis, e para a gestão da propriedade rural.

A agenda ambiental ditou outros setores da AgroBrasília – foram apresentados bioinsumos; técnicas sustentáveis, a exemplo da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta – com atividades no campo demonstrativo de cinco hectares no Parque Ivaldo Cenci –, além de todas as tecnologias que racionalizam o uso de insumos, entre eles os defensivos agrícolas.

Agricultores familiares e pequenos agricultores tiveram seu espaço garantido, com muito conteúdo técnico e novidades disponíveis em diversas áreas da Feira, especialmente nos espaços da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).

Painéis

A programação técnica também teve vários destaques – fóruns e painéis sobre bioinsumos, uso e conservação do solo, produção de uvas e vinhos no Cerrado, atuação das mulheres no agronegócio, por exemplo, foram bastante prestigiados.

“Finalizamos a AgroBrasília com uma certeza: definitivamente, ela está entre as mais importantes do agro brasileiro. As avaliações de expositores e público, em geral, foram altamente positivas. Ela encanta a todos pelo grande porte, pela excelente organização e tratamento diferenciado a expositores e público em geral, e pela diversidade de tecnologias agropecuárias, pois é o espelho da pujante região do Planalto Central”, declara Ronaldo Triacca, presidente da AgroBrasília.

E a AgroBrasília 2023 já tem data marcada e vai ocorrer no período de 22 a 26 de maio, de segunda a sexta-feira.

Inovação

No último dia da Feira, foram escolhidos e anunciados os vencedores do INOVAAGROBRASÍLIA, o primeiro desafio de soluções tecnológicas – que podem ser produtos, processos ou serviços – voltadas ao Controle Biológico, uma ferramenta importante no manejo fitossanitário das lavouras.

O desafio nacional teve como público-alvo empresários, acadêmicos e pessoas empreendedoras com ideias inovadoras. Um dos objetivos foi trazer para o campo as tecnologias desenvolvidas nesse ecossistema de inovação, como alternativas de manejo fitossanitário das lavouras.

Foram vencedores os seguintes projetos: em 1º lugar ficou a Sardrones, com a proposta de controle biológico com utilização de drones; em 2º lugar, a Moara Bioestimulantes Agroambientais, com o produto Biopro Solo, bactérias solubilizadoras de fósforo e indutoras de resistência à seca para manejo de culturas agrícolas, e em 3º, a Biotecland, com o Primafert, insumo agrícola a base de microalgas.

Novo bioinseticida da Embrapa combate pragas nas lavouras de soja, milho e algodão

Um pesticida composto por uma mistura inédita de dois isolados da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt) é o mais novo bioproduto indicado para controlar a lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda, e a falsa-medideira, Chrysodeixis includens. O Acera - nome comercial - foi desenvolvido com tecnologia Embrapa e concebido em parceria com a Ballagro Agro Tecnologia, empresa que o comercializará.

A Bacillus thuringiensis (Bt) é uma bactéria que produz proteínas com propriedades tóxicas específicas para insetos e que são inofensivas para humanos e outros vertebrados. Diferentemente de pesticidas químicos, é inócuo para o meio ambiente. O produto deve ser pulverizado sobre as folhas, e, ao comê-las, as lagartas são afetadas pela ação dessas proteínas.

“A grande vantagem desse produto biológico à base de Bt é que ele não afeta o meio ambiente, não intoxica aplicadores, não mata os inimigos naturais das pragas e não polui rios e nascentes, contribuindo para a sustentabilidade”, destaca o pesquisador da Embrapa Fernando Hercos Valicente, desenvolvedor e responsável pela tecnologia na Empresa.

“O Acera foi registrado para o controle dessas duas espécies de lagarta e poderá ser usado em culturas como soja, milho, algodão e diversas outras”, complementa o pesquisador, ao revelar que os dois isolados de Bt usados como matéria-prima do bioproduto vieram da coleção da Embrapa Milho e Sorgo (MG).

Pragas resistentes

“A cada ano, por questões complexas diversas, observa-se um aumento da resistência das principais pragas controladas por cultivares transgênicas. Consequentemente, ocorre a ampliação do uso do controle químico em complemento aos transgênicos, na tentativa de reduzir perdas na produção agrícola. Tudo isso acarreta prejuízos econômicos, sociais e ambientais expressivos”, relata Valicente, ao explicar que por reunir duas cepas da bactéria Bt, com modos de ação distintos e complementares, o Acera dificulta o aparecimento de resistência das lagartas ao produto.

Por esses motivos, o cientista acredita que o uso de novos inseticidas microbiológicos é uma importante alternativa para o controle da lagarta-falsa-medideira e da lagarta-do-cartucho, especialmente para os cultivos de milho, soja e algodão, nos quais o ataque da praga é mais expressivo. “Os bioinseticidas também contribuem para a sustentabilidade dos cultivos. Pela sua especificidade biológica, atacam somente os insetos-alvo, promovem maior equilíbrio da biodiversidade em comparação aos químicos, favorecendo a manutenção de inimigos naturais no campo”, explica o cientista. Os inimigos naturais são insetos que ajudam a controlar as pragas, e quando é empregado o controle químico na lavoura, eles também são afetados.

Defensivos biológicos

Em 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) registrou 95 defensivos de baixo impacto. Esse é o maior número de registros de produtos desse perfil em um mesmo ano.

Os biopesticidas são  importantes ferramentas para tornar a agricultura brasileira ainda mais sustentável.

Atualmente, soma-se um total de 411 produtos de baixo impacto disponíveis para os produtores.

Fonte: Mapa

Confira os destaques do Conexão Rural para este fim de semana:

Agro-Brasília, realizada de 17 a 21 maio, trouxe  muita novidade em  tecnologia para o homem do campo:

Negócios na AgroBrasília ultrapassam os R$ 4,5 bilhões

Produtores rurais do Pará participam da Expozebu, em Uberaba,  e mostram a força da pecuária paraense;

E ainda entrevistas com os presidentes da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, sobre crédito para o agronegócio.

Na parte musical, teremos mais uma vez a dupla mineira Russo e Mário
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