Creio que não há necessidade de falar a respeito do “Jornal Integração”, nem tampouco sobre o saudoso Colégio Integrado de Araguaína. Perdoem-me a insistência neste tema, esta repetição, mas o CIA marcou uma história na educação araguainense, e reconheço ter sido de suma importância em minha vida, pois se conquistei tantos sucessos em Araguaína, o Colégio Integrado teve uma grande participação nestas vitórias.
Mas vamos logo ao assunto que mais nos interessa: “A História do Homem de Preto”, que me foi contada por uma pessoa acima de qualquer suspeita - a principal personagem do “causo”, a nossa querida e estimada amiga professora Wadya Carvalho de Oliveira, ex-professora do Colégio Integrado de Araguaína, ex-secretária de Estado da Educação, durante o primeiro governo tocantinense, quando teve a enorme responsabilidade de implantar aquela pasta (aqui cabe uma pequenina observação: na verdade, o primeiro secretário, quando da instalação do estado do Tocantins, foi o então deputado federal e o hoje senador Leomar Quintanilha, mas a sua passagem na secretaria foi quase “bisonha”, cabendo a verdadeira implantação na gestão da professora Wadya, sua substituta) e ex-diretora e reitora da Unitins - Universidade do Tocantins.
A publicação a seguir é uma cópia fiel do que foi publicado na edição nº 01 do Jornal Integração.
1997 - Festa em Goiânia com a inauguração do Estádio Serra Dourada.
Muitos dias antes de “se abrirem as cortinas daquele palco iluminado”, como costumam dizer os locutores esportivos, já a nossa querida e elétrica professora Wadya preparava-se para dar o ar de sua graça.
Salões de beleza, boutiques da moda, e na hora do grande e histórico momento, lá estava ela, nas arquibancadas, chamando a atenção pelo seu charme e elegância. E a assistência fica em dúvida: não sabe se olha para o centro do tapete verde, onde se encontram as seleções goiana e portuguesa, ou se olha para o lado, onde se encontra uma seleção de simpatia, que rima com Wadya.
E o jogo começa. Wadya quer falar, mas as atenções já estão voltadas para o mundo da bola. Cutuca um, cutuca outro, mas nada. A bola já é mais importante, deixando a todos hipnotizados. Termina o primeiro tempo e vem o intervalo. Termina o intervalo e vem o segundo tempo.
- Olha lá!, grita a Wadya.
- Cala a boca!, escuta a Wadya.
Como todo jogo de futebol que se preza, em dado momento os “catiripapos” no meio do campo. Briga entre jogadores. Wadya levanta-se da arquibancada e, feliz da vida, exclama a todo o vapor: “Eu já sabia! Há muito tempo que eu queria falar de um homem de preto, correndo para lá e para cá, atrapalhando o jogo!”. Por certo, vocês já estão sabendo para onde se transferiram os “catiripapos”.
Esta foi toda a narrativa do Jornal Integração. Mas agora quero prestar a minha homenagem a esta figura sensacional chamada Wadya Carvalho de Oliveira, a quem considero uma iluminada e abençoada por Deus. A professora Wadya é única, sabe tudo sobre tudo, mas o seu ponto fraco era o esporte.
Vou agora contar outro fato acontecido com ela, e por mim testemunhado. Na década de oitenta, quando eram disputados os Jogos Estudantis, na Quadra do Senai, o Colégio Integrado de Araguaína e o Colégio Pré-Universitário, dois adversários tradicionais (quando eles jogavam, independente da modalidade, a cidade parava), disputavam o título no futebol de salão. Ao ser iniciado o segundo tempo, a professora Wadya, que estava ao meu lado torcendo pelo Integrado, olhou para mim e reclamou do fato de o técnico - o nosso querido Renato Timóteo - ter sacado da equipe o goleiro Jadson, que vinha se constituindo como o melhor homem em campo, com defesas sensacionais.
Foi então que expliquei à professora que o Jadson, hoje farmacêutico-bioquímico, continuava jogando, só que no segundo tempo os times mudam de lado.