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20/02/2021 às 00h00min - Atualizada em 20/02/2021 às 07h00min

VENCEREMOS ESTA GUERRA

Phelippe Duarte
Eu estava precisando de uma luz para escrever este texto, e de repente, na escuridão da dor é que acho as palavras, ou pelo menos, penso que encontrei. Estar sozinho é um dos caminhos para esta busca verbal, mas às vezes você a consegue enxergar como Ray Charles, e tecer algo minimamente contido e com conteúdo. Mais uma vez nos deparamos com a partida de alguém que pegou o trem Covid. Um trem com vagões lotados. Com passagens de ida e muita lenha para queimar. O que me assusta é que quando algum passageiro conhecido se vai, alguém diz: “Nossa, o negócio/trem está sério’’, “Gente vamos nos cuidar’’, “Os casos aumentaram!’’. Quando a realidade invade seus mundinhos particulares, parece que o vagão Covid nunca este ali. Todos os dias morrem pessoas. Todos os dias, o “negócio está sério’’.  Há um ano, lutamos com algo que não conhecemos, que não vemos... estamos imersos num mar limpo e calmo, em um final de tarde lindo, e abaixo das águas tranquilas, tubarões estão prontos para atacar, no meio de uma paisagem tão bela. O trem do Covid vem passando e nós duramente vamos em frente. Deixando rastros de dor e angústias em famílias por todo o mundo, o trem segue descarrilhado, com medo de pegar a única saída que pode ser a nossa salvação: as vacinas.

Mas qual é a vacina que realmente precisamos nesta pandemia insana? João Doria desenvolveu e evoluiu a doença da politicagem em cima da vacina. “São Paulo se importa com vidas, está ajudando o Brasil’’. Todos sabemos que o engomadinho, que até me enganou um dia, está de olho na cadeira de Jair Bolsonaro, este mesmo Bolsonaro que serviu de prancha política para alavancar sua candidatura como governador de São Paulo. Dória surfa na onda do oportunismo barato. Se amanhã aparecer uma onda nova, Gabriel Medina que se cuide. Vacinas contra o egocentrismo latente, contra a falta de caráter dos políticos e como conduzem seus mil decretos de acordo com seus interesses, seria a outra dose que eu gostaria de ver os brasileiros tomando. Se a vacina chegar lá por Formosa dos Nogueiras-MA, o Dória dará um jeito de pegar um jatinho e estar para tirar uma foto. A vacina e a compra dela existiria com ou sem esse parasita. A outra vacina que poderíamos tomar era a do conforto imediato. Mas precisamos passar por essas dores para aprender a amadurecer e a interiorizar mais o nosso amor e a nossa fé em Deus e Seus planos. O entendimento não é fácil e nunca será. Um dos filósofos e poetas mais controversos de todos os tempos, se não o mais controverso, Friedrich Nietzsche, citou frases profundas de sua mente genial e vã:

Viver é sofrer, e sobreviver é encontrar um significado no sofrimento.

Quando se olha muito tempo para o abismo, o abismo olha para você.

Dentro do sofrimento que existe em nós, a sobrevivência se agarra como vida. Nós vivemos para a alegria e para o sofrimento. Temos a capacidade de no ápice da dor, encontrar o verdadeiro significado para continuarmos indo em frente: o amor que existe ao nosso ré-dor, ou seja: damos uma ré na dor. E sobrevivemos.  E quando notamos que o abismo nos olha, é o momento certo para que o olhemos de volta. Lá na escuridão, podem existir as palavras que você procurava na luz. O abismo te ensina a temer a queda.

Quando a luz no fim do túnel mostrar o trem sombrio do Covid, saiba que o maquinista é Deus, e Ele controla o destino. Confiemos, mesmo que percamos passageiros nesta caminhada. Mesmo que esta viagem seja difícil. No final disso tudo, venceremos esta guerra, e comemoraremos em silêncio, observando o monumento que será construído, para os guerreiros se foram.
 
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