26/12/2023 às 09h08min - Atualizada em 26/12/2023 às 09h08min
Movimentada a formatura em Tocantínia da primeira turma indígena da Universidade da Maturidade no Brasil
Zacarias Martins
Movimentada a formatura em Tocantínia da primeira turma indígena da Universidade da Maturidade no Brasil - Foto Higor Batista
Numa noite muito especial, na terra indígena Xerente, o vice-prefeito João Alberto Coelho Machado, acompanhado da esposa Samua Nikaelen, juntamente com uma comitiva formada por secretários municipais e outros integrantes do governo municipal, compareceram a solenidade de formatura da primeira turma indígena do Brasil da UMA - Universidade da Maturidade.
A Universidade da Maturidade é um projeto de extensão da Universidade Federal do Tocantins em parceria com a Prefeitura de Tocantínia por meio da Secretaria Municipal de Educação – Semed, que está presente em diversos municípios tocantinenses e estados brasileiros e visa a valorização do idoso por meio da formação acadêmica pela pedagogia da escuta, da pesquisa e da intergeracionalidade.
Planejamento
A cerimônia que aconteceu no território indígena Xerente foi toda planejada e elaborada a partir do processo de escuta dos anciãos e respeitando a cultura do povo Akwê. Todo o cerimonial foi realizado pelo coordenador educacional indígena Marcos Suwate e pelo coordenador nacional da UMA Dr. Luís Sinésio Neto foi feito na língua indígena Akwê e também na língua portuguesa, com destaque para o Hino Nacional Brasileiro cantado na língua nativa, bem como, toda a trilha sonora da solenidade que foi composta por cânticos indígenas Akwê e a tradicional palavra do orador da turma que foi substituída pelo discurso tradicional discurso Akwê Xerente realizado por dois anciãos concluintes.
Trajetória
Após dois anos de formação, com o direcionamento local da Prefeitura de Tocantínia, por meio da Secretaria Municipal de Educação que disponibiliza transporte, material didático e a organização do corpo docente, dentre outros serviços, foram 28 o número de indígenas Xerente que concluíram o curso de Educadores Sociais e Políticos do Envelhecimento Humano e receberam os certificados por meio da Dra. Neila Osório, que no ato, representou o Magnífico Reitor da UFT, Eduardo Bovolato.
Emoção
Ao receber o diploma foi visível a emoção de cada um dos formados que entre lágrimas e sorrisos demonstravam gratidão pela formatura. Na oportunidade, o vice-prefeito João Alberto Coelho Machado, representando o prefeito Manoel Silvino, parabenizou os formandos e reconheceu o trabalho da Universidade da Maturidade juntamente com a Prefeitura de Tocantínia, por meio da Secretaria de Educação na concentração de políticas, esforços e ações de valorização da pessoa idosa, sobretudo, dos anciãos indígenas Xerente.
Momento marcante
O vice-prefeito trouxe a mensagem de felicitações e de reconhecimento pelo marco histórico da solenidade por parte do prefeito Silvino. “A formatura da primeira turma indígena do Brasil da Universidade da Maturidade é um momento marcante do reconhecimento ao relevante conhecimento cultural do povo indígena Xerente. Eles constituem a nossa identidade e esses conhecimentos trabalhados por esse projeto que tem o apoio da Prefeitura de Tocantínia visam, não só um diploma que é merecido pelos nossos anciãos mas, também, fortalecer a cultura, preservando a sua continuidade e assim, por meio da educação, garantir uma vida saudável, longevidade e como também tornando nossa cidade um referencial nacional na formação acerca do envelhecimento humano” afirmou o vice-prefeito.
Para o concluinte Augusto Xerente, “A formatura representou um momento de alegria por ver o povo Xerente a cultura tão bem reconhecida por meio de uma formatura muito bonita e preparada com carinho pelos nossos professores e a Dra. Neila Osório", afirmou.
Já para o secretário municipal de Educação, André Goveia, disse que a formatura da primeira turma indígena do Brasil da Universidade da Maturidade, em parceria com a Prefeitura de Tocantínia, por meio da Secretaria Municipal de Educação, marca um primeiro passo na consolidação de políticas, ações e empenho de trazer à tona conhecimentos históricos, culturais, literários e tantos outros da riquíssima cultura indígena Xerente e que por vezes tem se perdido ao longo do tempo.
“Mais do que uma formatura, é um pilar de sustentação que move muitas pessoas dentro de um trabalho de rede, com base na ciência para que sejam sistematizados e preservados sobretudo, os saberes dos anciãos indígenas que são bibliotecas vivas e que podem contribuir muito com uma vida mais feliz e saudável para as pessoas”, asseverou André Goveia.
A coordenadora nacional da Universidade da Maturidade, Dra. Neila Osório disse que essa é uma tecnologia social que está contribuindo de forma significativa para que os saberes dos velhos e de forma brilhante dos anciãos indígenas Xerente seja reconhecido e não fiquem invisibilizados, mas tenham lugar de destaque na sociedade, na história e na memória de uma realidade favorável para as políticas sociais e educacionais do envelhecimento humano
O professor Leo Sampaio, coordenador da UMA Indígena destaca que a colação grau dessa primeira turma no Polo Indígena, entrou para história, não somente de Tocantínia, mas, também, do Brasil. “Nossas Bibliotecas Vivas receberam o lugar que já é de direito, um lugar visível: a parceria entre Prefeitura de Tocantínia por meio da Secretaria Municipal de Educação e a Universidade Federal do Tocantins deu certo”, destacou.
Moção de Aplausos
Durante a solenidade de formatura e após uma votação unanime dos vereadores que concederam Moção de Aplausos à Universidade da Maturidade – Polo de Tocantínia por ter conquistado o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação, o presidente da Câmara, Sérgio Paulo Barbosa Caldeira, entregou placa de homenagem pela Moção de Aplausos concedida pelo Legislativo Municipal por ocasião da solenidade de colação de grau da Universidade da Maturidade. O vereador presidente Sérgio Caldeira compareceu ao evento e disse que “Não poderíamos ter momento melhor para a entrega dessa Moção de Aplausos pela Câmara de Tocantínia como esse em que sela a formatura da primeira turma indígena da Universidade da Maturidade no Brasil e que representa um momento de grande orgulho e alegria para nosso município”, concluiu.
Movimentada a formatura em Tocantínia da primeira turma indígena da Universidade da Maturidade no Brasil - Foto Higor Batista
