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08/12/2023 às 16h34min - Atualizada em 08/12/2023 às 16h45min

Indígenas da TI Araribóia realizaram oficina sobre REDD+

Evento é a segunda edição de uma rodada que discute a implementação do mecanismo no Maranhão

Ariel Rocha
 
Para garantir mais informação sobre o mecanismo de REDD+, cerca de 100 indígenas Guajajara participaram de uma oficina da temática, realizada na Aldeia Angico Torto, na Terra Indígena Araribóia, em Arame (MA). O REDD significa Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal, a sigla também inclui a conservação e aumento dos estoques de carbono florestal e o manejo sustentável das florestas (REDD+).

O evento é promovido pela Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (COAPIMA), Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil) e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Tem a parceria da Articulação de Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA) e da Coordenação da Comissão de Caciques e Lideranças da Terra Indígena Araribóia (CCOCALITIA).

Segundo a coordenadora da COAPIMA, Marcilene Guajajara, a oficina é para que as lideranças e comunidade como um todo possam estar atentas a discussão. “O assunto já está dentro dos nossos territórios, adentrando nossas aldeias. Nossa preocupação, enquanto Movimento Indígena no Maranhão, é trazer esse debate a respeito das políticas públicas que envolvem o REDD+, fornecendo informações qualificadas aos indígenas, que possuem participação importante dentro da implementação do mecanismo”, explica.

Criado pela ONU, o REDD+ é um instrumento que recompensa financeiramente países em desenvolvimento pelos resultados decorrentes da recuperação e conservação das suas florestas. De acordo com o Governo Federal, o Brasil é pioneiro na implementação do mecanismo, captando recursos internacionais com base na redução do desmatamento, conduzindo o projeto Piloto Floresta+.

Essa é segunda edição da oficina. Em setembro deste ano, ela foi realizada na Aldeia Recanto dos Cocais, na TI Krikati. “Considerando que a maior parte dos Territórios Indígenas estão conservados, o diálogo sobre REDD deve ser feito com a participação dos indígenas. Nós podemos sentir as consequências da crise climática no mundo, mas, antes que haja consulta em relação ao REDD+, é necessário que os povos tenham conhecimento do que se trata”, explica o Articulador das Organizações Indígenas na FAS, Diego Arapyun.
 
A representante das mulheres da TI Araribóia na CCOCALITIA, Luenne Guajajara, explica que além de tomar mais conhecimento sobre o REDD+, vai levar informações para outras lideranças, que, por sua vez, levaram para suas comunidades nas regiões do território. “Nossa TI é a segunda maior do Maranhão. É de extrema importância que os parentes tenham conhecimento da questão do REDD, mercado de carbono e tudo mais do assunto. Precisamos valorizar as nossas florestas, o desmatamento não pode fazer parte do nosso futuro. As mudanças climáticas estão afetando nosso povo, nossas crianças e idosos, afetando nossa saúde em geral”, comenta.

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