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01/10/2023 às 16h25min - Atualizada em 01/10/2023 às 16h25min

“Falas da Vida”: um olhar profundo sobre o tempo e o trabalho na maturidade

Da Redação
GB Edições
Zezé Motta e Andréa Beltrão são as protagonistas de “Falas da Vida”, vivendo as personagens Bez e Meire, respectivamente / Manoella Mello-RG
  
Andrea Beltrão e Zezé Motta são as protagonistas do aguardado especial da série antológica "Histórias Impossíveis", que será exibido na Globo, nesta segunda, dia 02 de outubro. A escolha dessa data não é por acaso, pois o episódio vai ao ar na semana que celebra o Dia Nacional do Idoso e o Dia Internacional da Terceira Idade, proporcionando uma reflexão especial sobre o envelhecimento e a vida na maturidade.

"Como será amanhã? Responda quem puder. O que irá me acontecer? O meu destino será como Deus quiser". Essas são as indagações que permeiam a mente de Meire (Andréa Beltrão), uma motorista de aplicativo, especialmente na véspera de seu aniversário, que não é apenas uma data comum, mas sim a celebração de seus 60 anos de vida.

Nessa noite de trabalho aparentemente comum, Meire se depara com uma série de surpresas e reflexões profundas, desencadeadas por encontros com outras mulheres. Uma passageira misteriosa chamada Bex (Zezé Motta) se torna o ponto central desse trajeto, guiando Meire por caminhos desconhecidos e desafiando sua visão do presente e do futuro.

Essa é a história central do especial "Falas da Vida", que integra a quarta temporada da série antológica "Histórias Impossíveis". O episódio será logo após a exibição de "Todas As Flores".

São as angústias de Meire, mas poderiam ser de tantas outras brasileiras. Tendência presente no Brasil e em diversos países, o envelhecimento é abordado no especial em uma narrativa de ficção a partir de questões atuais. A obra criada e escrita por Renata Martins, Grace Passô e Jaqueline Souza, escrita com Thais Fujinaga, Hela Santana, Graciela Guarani e Renata Tupinambá, aborda temas como amadurecimento, novos modelos e oportunidades de trabalho para o grupo 60+ e sororidade.

A trama parte de uma situação comum e adentra o universo fantástico através da saga de Meire, que, prestes a fazer 60 anos, desconfortável com a data e precisando fazer dinheiro, se permite ficar mais tempo ao volante. Entre uma viagem e outra, ela perde o controle do carro e, por muito pouco, não sofre um acidente grave. O susto a faz conhecer outras motoristas e, junto a elas, se fortalecer diante dos desafios deste tipo de prestação de serviço, que envolve riscos constantes.

Na noite marcada por encontros impensáveis, mal sabe Meire que seu carro receberá a figura de Bex, uma senhora de outra dimensão, que promete mexer com suas convicções. A cada desabafo da motorista, novas perspectivas emergem da parte de trás do veículo, em diálogos cheios de simbolismo e cenas que misturam suspense e fantasia ao real.

Em sua ânsia por trabalhar e “cumprir a jornada”, ao longo da história Meire será exposta a pessoas que vão confrontar sua visão de mundo e revelar seu incômodo com certas situações ou percepções comuns na sociedade. “Meire é uma trabalhadora massacrada por uma rotina pesada e angustiada porque sente que o tempo está passando para ela”, observa Andrea Beltrão. “Eu amei dirigir enquanto gravava, e esse ponto da profissão dela foi o que mais me tocou nesse episódio, especialmente sabendo que, após a pandemia, várias mulheres assumiram essa função para sustentar seus lares”, comenta a atriz.  

Intérprete da personagem que atravessa o rumo de Meire, Zezé Motta reforça a importância do papel. “A Bex encara a idade com leveza, sabedoria, otimismo, com um sorriso. Ela passa ao lado desse preconceito e é um exemplo de como envelhecer bem. Bex se diverte, porque ela surpreende a Meire o tempo inteiro. Tem momentos em que Meire fica até chocada com a postura dela diante da vida. Com o comportamento, com as falas, ela acrescenta muito à vida da Meire”, destaca Zezé Motta. Para além da trama, a interação da dupla de protagonistas representa um momento simbólico na TV. “É muito lindo ter essas duas mulheres que atravessaram gerações na construção do audiovisual brasileiro falando sobre os medos e os desafios em relação à passagem do tempo e ao envelhecimento”, celebra a diretora Luisa Lima. 

Na trilha sonora do episódio, o samba “O Amanhã”, enredo da escola de samba carioca União da Ilha do Governador de 1978, composto por Didi e João Sérgio, é mais uma camada de simbolismo na linguagem do especial. A diretora Luisa Lima conta como chegou à escolha da música que embala uma das principais sequências do episódio: “Na pesquisa, me veio a ideia de ‘O Amanhã’, com o verso ‘O que será o amanhã?’; me pareceu representar muito a angústia de Meire, uma pergunta universal. Estamos sempre preocupados com o futuro. E o episódio tem essa ideia de que devemos aproveitar o tempo presente, de que só envelhece quem está vivo, então vamos viver, seja com que idade tivermos, mesmo com os problemas que tivermos, vamos viver mais uma etapa da vida”, conta. “Depois, eu e a produtora musical, Bibi Cavalcanti, entendemos que seria uma boa música para abertura também”, completa Luisa.

Com certeza, vai valer a pena conferir!

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